quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Bastante dinâmico...

Leopoldo Pacheco, que terminou em setembro do ano passado, suas gravações interpretando o empresário Raul na novela global “Beleza Pura”, já começou a decorar as falas do prefeito Norberto do remake de “Paraíso” (1983), que será a nova trama das 6, da TV Globo, com estréia prevista para março.

Em outubro e novembro, ele gravou uma minissérie com Renato Aragão. Em dezembro foi um dos atores da leitura dramática da peça “Noite de Reis”, de William Shakespeare, realizada no mosteiro de São Bento, região central da cidade de São Paulo. Também em março, ele volta ao palco com “Amigas, Pero no mucho”, de Célia Regina Forte, no Teatro Renaissance.

Com 23 anos de carreira, Leopoldo coleciona importantes prêmios como ator. Entre eles, o Prêmio Shell, o Prêmio Mambembe, o Prêmio Governador do Estado e o Prêmio pela Associação Paulista de Críticos de Artes - APCA.

O sólido trajeto como artista o lançou na televisão em papéis marcantes como o libanês Samir da minissérie "Um Só Coração" (TV Globo, 2004), o vilão Leôncio da novela "Escrava Isaura" (TV Record , 2005) e o bom moço Cemil da novela "Belíssima" (TV Globo, 2006). Em 2007, esteve na minissérie "Amazônia" e participou de "Paraíso Tropical", ambas na Globo.

Sobre o não sucesso da peça “A Javanesa”

Eu acho que eu não estava no teatro certo, na época certa. O espetáculo é maravilhoso. Mas o Jaraguá (teatro) não era conhecido do público na época e era um monólogo. Eu acho que as pessoas têm reticências a monólogos. É um espetáculo do meu coração e eu ainda vou fazê-lo muito.

Filme "Veias e Vinhos - Uma História Brasileira" (2006)

Foi o primeiro filme que eu fiz inteiro, pois em “Carandiru” e “Feliz Ano Velho” fiz participações. Eu adoro esse filme e lamentei muito por ele ter sido pouco visto. É um filme lindo, a história é linda. Ele foi feito de um jeito muito especial. Eu gosto muito da maneira como o João (João Batista de Andrade) conduz o cinema dele.

Outro filme pouco assistido que fala sobre política e, também, da época de tortura é “Batismo de Sangue”. Por que o brasileiro não gosta de ver a sua própria história?

O mundo sempre vai acabar nos filmes americanos. E eles partem do princípio de que têm os heróis todos para resolver o mundo. Isso, eu ainda, verdadeiramente, não gosto muito de ver. Nos nossos filmes nós também temos os nossos heróis e o nosso fim do mundo e é sobre eles que nós vamos falar. Eu não me incomodo com o tema (tortura) nem um pouco.

No teatro, as pessoas também não gostam muito de drama.

Não só no Rio, mas em São Paulo também. Eu vejo que as pessoas estão querendo ver mais uma comédia bem leve do que um drama. Elas não querem pensar, não querem sofrer. Acho que não é um desleixo com o teatro e, sim, um estado das pessoas. Elas estão cansadas e não querem sofrer mais. Porém, o teatro ainda mantém um público que ainda gosta do drama e da tragédia. O teatro ainda mantém um pouco isso.

A televisão dilui esse público?

Dilui sim, bastante. Uma televisão tem alcance de um público infinitamente maior do que o teatro. O teatro perdeu muito público para a televisão. A televisão ganhou esse público.

Em recente pesquisa detectou-se que jovens, entre outros, não sabem o que foi o AI-5, como você vê essa questão entre eles?

Eu vejo pelo meu filho que tem 14 anos. Eu fico de todas as maneiras lutando contra essa necessidade do agora que essa molecada tem. Eles têm de dar certo em tudo. E tudo tem de ser agora. Eles estão esquecendo da calma, de respeitar um certo período para que as coisas aconteçam. Eu acho que a Internet trouxe essa rapidez. Ela tem um lado muito bom. O meu filho é inteligentíssimo, rápido, mas tem um outro lado que acaba perdendo o fio da história.

Esse fio é a despreocupação com o passado e com o lado poético dos acontecimentos?

Eu sinto que sim.