domingo, 7 de julho de 2013

Toda Mulher é um pouco Doida, um pouco Santa

Há tempos, estava "ensaiando" a volta do É todo um Retêtê! E com tantos afazeres, cheguei a uma conclusão: Escrever a partir de uma versão mais enxuta, de forma a otimizar tempo e texto.

Portanto, retomo o É todo um Retêtê. Tinha também de acontecer algo motivador! Aconteceu! Sexta-feira (05/07/13) fui à estreia da peça "Doidas e Santas". Gostei muito do texto de Regiana Antonini - roteiro realizado com base no livro homônimo de Martha Medeiros - e das atuações de Cissa Guimarães e Josie Antello, principalmente.

A peça, que ficou dois anos e oito meses em cartaz no Rio de Janeiro, chega a São Paulo, bastante aplaudida. "Doidas e Santas" aborda de forma sensível o universo feminino. Entre preocupações, anseios, desejos, insatisfações e rebeldia, o texto trata de forma bem-humorada e não menos profunda de temas que permeiam a mente das mulheres.

E, claro, que a mente humana também, sobretudo, com a vertente Amor entre casal, passando pela crise conjugal, filhos, desejos individuais e cobrança. A propósito quanta expectativa as pessoas criam em relação às outras. É isso! A peça traz reflexões comuns aos seres humanos e se compõe de boas interpretações de atores experientes que contam a história de forma atraente, divertida e leve. Vale a pena!


Release Oficial

Ministério da Cultura, Bradesco Seguros, BG Produções
e Primeira Página Produções
apresentam
Cissa Guimarães, Giusepe Oristanio e Josie Antello
em
DOIDAS E SANTAS
Texto de Regiana Antonini, inspirado no livro de
Martha Medeiros
Direção Ernesto Piccolo
Estreia dia 05 de julho no Teatro das Artes
O espetáculo que divertiu e emocionou mais de 130 mil pessoas no Rio de Janeiro e foi aclamado por público e critica chega a São Paulo para temporada de três meses
 E, a partir de outubro, poderá ser visto nas cinco regiões do país.
Projeto idealizado por Cissa Guimarães, a comédia romântica Doidas e Santas, texto de Regiana Antonini livremente inspirado no livro homônimo de Martha Medeiros encerrou temporada no Teatro Vannucci em novembro de 2012, sendo vista por mais de 130 mil pessoas desde sua estreia, tornando-se um dos espetáculos de maior sucesso da cena teatral carioca dos últimos tempos.
Com direção de Ernesto Piccolo, a plateia é seduzida pela trajetória de Beatriz (Cissa Guimarães), uma psicanalista em crise no casamento: o marido (Giuseppe Oristanio), turrão e machista, desaba quando recebe dela a notícia de que deseja a separação. A irmã, a mãe e a filha de Beatriz (vividas pela atriz Josie AntelloE Tatá Lopes como stand in) dão tempero extra à história.

No espetáculo, o público compartilha de alegrias, desilusões, neuroses da vida urbana, o prazer que se esconde no dia a dia, as relações amorosas, os mistérios da maternidade, o poder transformador da coragem e do afeto.

Além de idealizadora do projeto, Cissa Guimarães também é produtora em parceria com Maria Siman e Primeira Página Produções.
SinopseA peça conta a história de Beatriz, uma mulher moderna, psicanalista atuante, e casada com Orlando, um marido tradicional, usuário do terno nos dias úteis e amante da cervejinha com futebol nos finais de semana. Estão juntos há 20 anos, num casamento rotineiro, sem grandes eventos, e são pais da adolescente Marina.
Beatriz não se sente feliz, acredita que sua história com Orlando já acabou, que a relação perdeu o frescor e que estão juntos somente por acomodação. A partir de uma conversa com sua irmã, a solteirona Berenice, com quem abre seu coração, Beatriz decide se separar de um previsível, mas inconformado Orlando.
Livre e desimpedida, Beatriz se lança à vida – diverte-se, ouve seus discos, faz todos os passeios que deseja, engata um romance com um jovem rapaz, e finalmente crê estar feliz. Seu sossego só é interrompido pelas ocasionais visitas da delirante D. Elda, sua mãe, que vive às turras com a neta Marina. A nova vida de Beatriz parece seguir como ela sempre sonhou, até que um dia Orlando volta a procurá-la, e o que tem a lhe dizer muda mais uma vez seus planos.
A Origem da Peça
‘Doidas e Santas’ é um projeto idealizado por Cissa Guimarães e sua primeira produção em 33 anos de carreira no teatro. 
A atriz sempre desejou levar à cena um trabalho que expressasse as inquietações da mulher moderna com relação à vida contemporânea, que exige conjugar marido, filhos, realização profissional e ainda beleza e bom humor. Cissa encontrou nos textos de Martha Medeiros a motivação para tocar seu projeto e, depois de conversar com a escritora, convidou Maria Siman para produzir o espetáculo e o amigo de mais de 30 anos Ernesto Piccolo para dirigi-la. Piccolo é diretor de ‘Divã’, sucesso teatral de Lilia Cabral também adaptado de obra homônima de Martha Medeiros; e ainda da bem-sucedida ‘A História de Nós 2’.

Cissa comemora a oportunidade de trabalhar pela primeira vez junto aos seus filhos João e Thomaz Velho, que assinam a assistência de direção e o design gráfico, respectivamente.

O livro de Martha Medeiros é uma coletânea de crônicas independentes, mas forneceu a matéria-prima de que precisava Regiana Antonini para construir o enredo bem-humorado desta mulher moderna que identificamos a todo momento e em qualquer parte. Regiana acrescentou ainda à dramaturgia algumas histórias divertidas que ela mesma viveu, e que, por afinidade, poderiam muito bem ser encontradas no livro de Martha.

O cenário é de Sérgio Marimba, a iluminação de Jorginho de Carvalho, a trilha sonora de Rodrigo Penna, os figurinos de Helena Araujo e Djalma Brilhante e a direção de produção de Maria Siman, vencedora do Prêmio APTR-2008 na categoria Melhor Produtora por ‘Ensina-me a Viver’.
‘Doidas e Santas’ tem patrocínio de Bradesco Seguros e Ministério da Cultura. Os recursos foram captados através da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet.
Indicado pelo Jornal O Globo e pela revista Veja Rio como um dos melhores espetáculos da temporada carioca em 2011 e 2012.
Destaques da crítica carioca
“Cissa Guimarães está muito convincente no papel principal, usando impostação de voz e movimentos corporais na medida certa”.
“Sem recorrer à caricatura, Josie Antello faz graça explorando peculiaridades nos modos de falar e nos gestos de cada uma das três personagens que representa”.
Carlos Henrique Braz - Veja Rio
“O tema “separação” é bem explorado e provoca boas gargalhadas... Além de encarar sua personagem com muita veracidade, Cissa exibe excelente forma física e cativa a platéia. Giuseppe Oristânio não fica atrás no marido truculento e Josie rege com maestria suas três personagens”.
Adriana Lins - Revista Contigo
“Fé na trama e no texto! O texto tem humor próprio resultando em um espetáculo divertido e ágil. Cissa expressa bem simplicidade e complexidade, alegria e tristeza, ingenuidade e sabedoria”.
Bárbara Heliodora – Jornal O Globo
CISSA GUIMARÃES
Cissa Guimarães iniciou sua carreira no teatro em 1977 na peça Dor de Amor, com direção de Paulo César Peréio, que também a dirigiu em O Analista de Bagé. Estreou na televisão em 1980, na novela Coração Aladona TV Globo. E no cinema em 1975, no filme Gordos e Magros, de Mario Carneiro.
Ao longo destes 36 anos, Cissa já atuou em 21 trabalhos na TV, entre novelas, séries, programas de entretenimento, humorísticos e casos especiais, sempre na TV Globo; em 12 peças de teatro, dirigida por Miguel Falabella, Gilberto Gawronski, Ruth Escobar, Emiliano Queiroz, entre outros; e em seis filmes, dirigida por Paulo Cesar Saraceni, Antonio Calmon, Ivan Cardoso, entre outros.
Durante 17 anos foi apresentadora do Vídeo Show, onde hoje comanda o quadro Gente Como a Gente.
Seu ultimo trabalho na TV Globo foi Salve Jorge, trama do horário das 21h.

Ficha Técnica


Texto: Regiana Antonini
Direção: Ernesto Piccolo
Assistente de direção: João Velho
Direção de Produção: Maria Siman
Elenco: Cissa Guimarães, Giusepe Oristanio e Josie Antello
Trilha sonora: Rodrigo Penna
Cenário: Sérgio Marimba
Iluminação: Jorginho de Carvalho
Figurino: Helena Araujo e Djalma Brilhante
Design Gráfico: Thomaz Velho
Produção executiva: Bruna Ayres
Gerente de Projetos: Paula Salles
Idealização do Projeto: Cissa Guimarães
Realização: Primeira Página e BG produções

Serviço


DOIDAS E SANTAS
Teatro das Artes(742 lugares)
Avenida Rebouças, 3970 – Shopping Eldorado, 3º piso
Bilheteria: terças e quartas das 14h às 20h; de quinta a domingo, das 14h até o início do espetáculo. Aceita cartão de débito e crédito. Não aceita cheque.
Informações: (11) 3034-0075
Vendas pela internet: www.ingresso.com e por telefone: 4003-2330
Sexta e Sábado às 21h30 | Domingo às 18h30
Ingressos: Sexta R$ 40 | Sábado R$ 80 | Domingo R$ 70
Duração: 95 minutos / Recomendação: 12 anos
Estreia dia 05 de julho
Temporada: até 29 de setembro
Para saber mais sobre o espetáculo, ver fotos, crítica e vídeo, acesse:


sexta-feira, 11 de maio de 2012

Passando "Sete dias com Marilyn" Monroe



Ela morreu há 50 anos. Se estivesse viva estaria com 86. Até hoje, a atriz Marilyn Monroe permeia o imaginário de gerações que vivenciaram, ou não, seus anos dourados no cinema e na vida real.

Por isso, continua sendo lembrada em looks de cantoras como Madonna e Lady Gaga, exposições e filmes, entre outros. A mais recente reminiscência está registrada na película “Sete dias com Marilyn”, em cartaz desde 27 de abril último.

Trata-se da admiração e total encantamento do escritor britânico Colin Clark por Marilyn, na época em que foi o terceiro assistente de direção do 29º filme da atriz “The Prince and the Showgirl” (“O Príncipe Encantado”). Segundo ele, os fatos aconteceram em 1956, quando ela tinha 30 anos e ele 23.


Por uma semana, a estrela buscou conforto nos braços do empregado mais jovem do set, quando experimentava uma de suas crises de insegurança e instabilidade emocional. “Sete dias com Marilyn” relata como Colin passou a partilhar os segredos de Marilyn Monroe e até a cama dela.

Mas, quem espera um romance quente e movido a escândalos, engana-se! Na verdade, o filme é suave e despretensioso. Colin (Eddie Redmayne) demonstra protagonizar um sonho, sem acreditar em todos os eventos. Vive em estado de êxtase e sua relação com Marilyn pode ser traduzida como uma forte amizade, sem deixar de lado o seu estado de louvação e paixão pelo mito.

Na história, esse jovem, de família tradicional inglesa, sai de Oxford em busca de sucesso na indústria do cinema e acaba trabalhando com Sir Laurece Olivier (Kenneth Branagh), diretor e ator de “The Prince and the Showgirl”.


Durante as filmagens, sua proximidade com Marylin intensifica e ela começa a buscar no assistente uma companhia agradável. Para ela, o rapaz é um amigo que oferece horas descontraídas e livres de compromissos e pressões de seus empresários, fãs, estúdio, mídia, agentes e do recém-marido, o dramaturgo Arthur Miller (Dougray Scott).

Quanto às dúvidas levantadas por críticos e curiosos sobre as razões que a levaram a escolher Colin (consciente de que iria abandoná-lo depois) para ser o seu apoio, ao invés de Sybil Thorndike, quem melhor a tratou e quem mais perto dela estava para compreendê-la, fica por conta da plateia, já que o filme não as explica claramente.

O filme “Sete dias com Marilyn”, dirigido por Simon Curtis, foi lançado em 2011 e tem no papel principal Michelle Williams, pelo qual concorreu ao Oscar 2012 de melhor atriz. Ela chegou a engordar sete quilos e a amarrar cintos nos joelhos para imitar a maneira de andar de Marilyn.


Sua preparação começou 10 meses antes das filmagens. Ela conta, em entrevistas, que assistiu diversas vezes aos filmes da estrela, conversou com a fotógrafa Eve Arnold, falecida em janeiro deste ano, famosa pelas belas imagens clicadas de Marilyn, entre outros processos de criação da personagem. Resultado: não brilhante, mas uma boa atuação.

Literatura
Colin Clark registrou essa semana em um diário, que teve trechos lançados em dois livros, em 1995 e 2000. O primeiro título é “The Prince, the Showgirl and Me”, em que relata acontecimentos ocorridos durante a rodagem daquele filme. Só depois, ele revela essa semana no livro “My Week With Marilyn”, no qual esse filme é baseado. Se ainda não viu, vale a pena ir ao cinema! Há sessões do filme em 3D.

Serviço:
“Sete dias com Marilyn” (“My week with Marylin”), 99 min., 2011, Inglês, drama, 12 anos.
Direção: Simon Curtis
Elenco: Michelle Williams, Eddie Redmayne e Kenneth Branagh

Trailer do filme: http://www.youtube.com/watch?v=gSmz-r9MFm8

sábado, 28 de abril de 2012

Quem é ele? Esse tal de Let´s Rock!


Até o dia 27 de maio, os amantes, simpatizante ou apenas curiosos terão a oportunidade de entrar em contato com fatos históricos, fotografias, instrumentos e muito som, luz e projeções sobre o gênero musical rock´n roll.


Tudo isso faz parte da exposição “Let´s Rock”, em cartaz na Oca, parque do Ibirapuera. Em pouco mais de 10 mil m², o público tem a liberdade para circular por vários movimentos do estilo musical, seja por meio de “túneis acústicos”, painéis, projeções ou instrumentos, recheados de música.

O passeio é leve, pois há pouco conteúdo escrito. Os organizadores priorizaram os sentidos visuais e auditivo. Lá, você vai ver diversas fotos e ter a oportunidade de ouvir trechos de muitas canções.

A distribuição do acervo faz uma uma extensa linha cronológica, dividida por bandas, de acordo com associações musicais e sons semelhantes. Como resultado, a oportunidade de saborear estilos em décadas diferentes.

Registros históricos
O grande destaque da Let’s Rock é a presença de 75 fotografias do lendário Bob Gruen. Ele era, simplesmente, amigo de John Lennon – e seu fotógrafo pessoal. Há cinco anos, Gruen teve seu arquivo fotográfico exposto na Faap,em São Paulo.

O fotógrafo é do tempo em que jornalistas e músicos tinham uma relação mais próxima, sem a presença de assessores e agentes para intermediá-los (ou bloquear as relações).

Os fotógrafos brasileiros, Marcelo Rossi e Otavio Sousa, juntos, completam a coleção composta por 200 imagens de artistas nacionais e de mega-shows que passaram pelo Brasil.

São quatro pisos de rock. No térreo, logo na entrada, o visitante é convidado a seguir uma pequena linha do tempo do rock. No subsolo, há fotografias e os contêineres musicais. O primeiro andar é dedicado a objetos pessoais de músicos brasileiros e estrangeiros, como cartazes, roupas e instrumentos.

Já no segundo andar, uma surpresa: por meio de uma projeção em 180º, é possível viver a experiência de estar no meio de uma multidão de shows que vão de Beatles a Libertines. Você coloca um fone de ouvido, deita-se em um puff e boa “viagem”.

Serviço:
Let’s Rock – A Exposição.
Oca. Parque do Ibirapuera.
Av. Pedro Álvares Cabral, S/N, portão 3, Moema. Tel.: 4003-1212.
R$ 10 (meia-entrada) e R$ 20 (inteira).
Até 27/5, das 10h às 22h.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Sesc Pinheiros apresenta o “Solos de Duos”

Estreia hoje, 17 de abril, e vai até 09 de maio, o espetáculo “Solos de Duos”. O evento é grátis e será exibido na Sala de Leitura do Sesc Pinheiros.

Segundo a assessoria de imprensa do grupo “Silenciosas+GT’aime”, criador da apresentação, trata-se de um trabalho com depoimentos pessoais sobre relacionamentos amorosos nos dias de hoje.

São cinco intérpretes-criadores que usam a abstração da dança para contar histórias pertinentes a eles. A intenção é discutir a dificuldade de se relacionar, em uma época em que não há mais padrões a serem seguidos.

“Solos de Duos” foi desenvolvido para ser apresentado em locais alternativos, como ambientes públicos - abertos ou não -, que estejam situados ou ligados a espaços culturais diversos.

A flexibilidade do jogo cênico e expressão corporal permitem que seus intérpretes utilizem desde salas multiuso, de exposição e corredores até pátios, jardins, vãos e bibliotecas, entre outros. O conceito engloba a proposta de adaptação do espetáculo ao ambiente que serve como palco.

“Solos e Duos” explora a dança artesanal, visando a interação com a plateia. Para isso, conta com as experiências e pesquisas, baseadas em experimentações com a dança, jogos e estado cênicos, misturando técnicas de teatro e artes marciais.

Serviço:“Solos de Duos”, Grátis, 40 min., livre.
Sesc Pinheiros – Sala de Leitura (50 lugares)
Rua Paes Leme, 195 - Tel. 3095-9400
Informações da bilheteria: Terça à sexta, das 10h às 21h30. Sábados, das 10h às 21h. Domingos e feriados, das 10h às 18h30.
www.sescsp.org.br/pinheiros
Terças e Quartas, às 20h30
Somente 7 apresentações
Abril: 17, 18, 24 e 25
Maio: 02, 08 e 09 (exceto dia 1º)

Ficha Técnica:
Direção e Concepção: Diogo Granato
Intérpretes-criadores: Ana Noronha, Carolina Brandão, Flavio Falcone, Michelle Farias e Nathalia Catharina
Iluminador-Intérprete: Marcelo Esteves
Produção: Cau Fonseca
Assistente de Produção: Guilherme Funari

sexta-feira, 13 de abril de 2012

"Um Método Perigoso" tem bom roteiro


Quem tem inclinação pela área de psicologia pode gostar do filme “Um Método Perigoso”, em cartaz desde o mês passado, no Brasil. A história é baseada no livro “A Most Dangerous Method”, de John Kerr. Antes das telonas, a trama foi adaptada para o teatro, com o título “The Talking Cure”.

No cinema a literatura foi roteirizada pelo premiado escritor Christopher Hampton, vencedor do Oscar de Melhor Roteiro por “Ligações Perigosas”.

Acompanhado de uma bela fotografia e elegante figurino, o roteiro bem articulado foca três aspectos da vida pessoal do famoso e clássico psicanalista Carl Gustav Jung (Michael Fassbender).

A narrativa começa retratando a distância afetiva de Jung, em relação à esposa Emma (Sarah Gadon), em paralelo com o conflito interno causado pela repressão de seus desejos por sua paciente Sabina Spielrein - interpretada com grande força dramática pela atriz Keira Knightley - e sua insatisfação sobre o comportamento rígido de Sigmund Freud (Vigo Mortensen).


Portanto, não entre na sala escura pensando que terá uma aula sobre as teorias célebres de Jung, como o Inconsciente Coletivo, Interpretações de Sonhos, Símbolos, Libido como energia psíquica etc. Muito menos, esperando calorosas discussões entre os dois maiores psicanalistas do século XX, Freud e Jung.

Porém, o filme louva o que propõe. Trata com assertividade a perturbação mental de Jung, deflagrada entre o desejo sexual por Sabina e seus valores e princípios morais pertinentes ao adultério, impostos pela sociedade. Coloca em evidência discordâncias de certas teorias e conceitos do irredutível Freud, a passividade da esposa diante do romance com Sabina e a insegurança e vaidade de Freud.

É libertador, de certa forma, entrar em contato com as angústias, inseguranças e medo dos grandes mestres da psicanálise com questões que assolam até hoje mentes de homens e mulheres mais simples. E isso o filme abarca bem, embora sem tanta profundidade.


O período retratado diz respeito a sete anos, iniciados em 1904, quando Sabina chega à Clínica Burgholzli, onde Jung trabalhava. Ele decide tratá-la com um dos métodos da psicanálise freudiana, dialogando com a paciente.

Escutando suas memórias infantis e indagando sobre a participação de seu pai em sua vida, Jung obtém resultados evolutivos e o romance entre os dois desenvolvem na mesma proporção. Esse seria o método perigoso, que dá o título ao filme.

Com isso, surge a paixão entre eles e o famoso debate sobre o envolvimento entre terapeuta e paciente. Dois anos depois, Jung procura Freud. A troca é enriquecedora para ambos e, com o tempo, turbulenta. A amizade é rompida devido, principalmente, às ideias “alternativas” de Jung e suas discordâncias de conceitos freudianos já consagrados. Nada profundo.

O drama, no entanto, é envolvente e em certos momentos intrigante, desperta interesse pela história, mas não supre todas as curiosidades. Apesar de estático, tem uma dinâmica coerente, com reviravoltas previsíveis.

Sobre Sabina
Sabina Spielrein era russa. Judia, nasceu em 1885 e morreu em 1942, assassinada por soldados nazistas, juntamente com suas duas filhas. Seu convivio com Jung foi a ponte para tornar-se uma das primeiras psicanalistas do mundo. Ela influenciou diversos aspectos do trabalho de Jung, destancando-se como uma excelente pesquisadora.

Ficha Técnica
“Um Método Perigoso”, 99 minutos, 2011, EUA, drama, colorido, 14 anos
Diretor: David Cronenberg
Elenco: Michael Fassbender, Viggo Mortensen, Keira Knightley, Vincent Cassel, Sarah Gadon, Michael Fassbender
Produção: Martin Katz, Marco Mehlitz
Roteiro: Christopher Hampton
Fotografia: Peter Suschitzky
Trilha Sonora: Howard Shore

Família Addams garante diversão

Escrito em 05/04/2012

Para quem gosta de musical, São Paulo está em um momento diverso desse gênero. Entre eles: “Hair”, “Priscilla, Rainha do Deserto”, “Tim Maia-Vale Tudo, o Musical”, “A Família Addams” e “Um Violinista no Telhado”.


Esse final de semana prolongado, 06, 07 e 08 de abril, é uma boa oportunidade para ver um deles, entre outras programações culturais exibidas na cidade.

Hoje falarei do musical “A Família Addams”. O evento estreou no dia 02 de março e permanece em cartaz no Teatro Abril.

É, de fato, uma superprodução, adaptada de um espetáculo da Broadway, e a sua primeira montagem fora dos Estados Unidos. Vale a pena pelo figurino, cenários, montagem cenográfica (é rápida e muito precisa), iluminação e efeitos especiais.

E, se você, tem apreço por essa família, não vai se arrepender, já que os trejeitos, crenças e interpretações dos atores brasileiros estão próximas dos apresentados nos formatos quadrinhos, séries de TV e filmes.


Marisa Orth interpreta Morticia e Daniel Boaventura é o Gomez Addams. Os destaques são Gustavo Daneluz, na pele de Feioso, que exibe excelente voz, segurança e desenvoltura no palco e Claudio Galvan, com carisma, voz e graça interpreta Fester. Eles vivem os personagens sem caricaturas, nada apelativos, assim como Rogério Guedes, o Tropeço. São os mais parecidos com os personagens originais.

O vetor da trama é o fato de a filha de Morticia e Gomez, Wandinha (Laura Lobo) ter se transformado em uma jovem mulher e se apaixonado pelo doce e inteligente Lucas (Beto Sargentelli), oriundo de uma família “normal”. A partir daí, o enredo vai sendo desenvolvido, acompanhado de coreografia, balé e música, executada pela orquestra, ao vivo, que fica no fosso, abaixo do palco.


O elenco ainda conta com Iná de Carvalho como Vovó Addams, Nicholas Torres também como Feioso, alternante, Paula Capovilla (Alice) e Wellington Nogueira, o Mal. Os dois últimos são pais de Lucas.

O macabro e divertido clã surgiu nos quadrinhos, na década de 1930. Antes de chegar ao teatro, já estrelou em programas de TV e no cinema.

O musical “A Família Addams” é inspirado nas criações do cartunista americano Charles Addams (1912 – 1988). Em 1933, quando tinha apenas 21 anos, sua obra foi publicada na “The New Yorker”. Ao longo de quase seis décadas, ele tornou-se um dos colaboradores mais queridos da revista.

Mais de 15 livros de seus desenhos foram publicados em todo o mundo, incluindo a nova coleção “The Addams Family: An Evilution”, a primeira história completa de “A Família Addams”, incluindo mais de 200 cartoons, dos quais muitos inéditos.

Serviço
“A Família Addams”
Teatro Abril
Avenida Brigadeiro Luís Antônio, 411
De R$ 70 a R$ 250.
De quinta e sexta, às 21h. Sábado, às 17h e 21h. Domingo, às 16h e 20h.
Os ingressos estão à venda no teatro, de segunda a sábado, das 12h às 20h, e aos domingos, das 14h às 20h.
Vendas pelo telefone (11) 4003-5588 ou neste link https://premier.ticketsforfun.com.br/default.aspx

segunda-feira, 12 de março de 2012

Branco e preto, mudo e francês, “O Artista”, é o grande vencedor do Oscar 2012

Texto escrito em 27 de fevereiro de 2012

Foi domingo, dia 26 de fevereiro, a festa de premiação da 84ª edição do Oscar. Sem surpresas, os dois filmes mais badalados da noite foram “O Artista”, que teve 10 indicações e ficou com cinco estatuetas e “A Invenção de Hugo Cabret”, que foi indicado para 11 categorias e também ficou com cinco.

Porém, “O Artista” quebrou barreiras, por ser um filme francês e levar as três categorias mais importantes: Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Ator. Também foi premiado exibindo a Melhor Trilha Sonora e o Melhor Figurino. ´

Além disso, o filme é em branco e preto e mudo, características desvalorizadas na Hollywood do ano de 1927 em diante.

Já “A Invenção de Hugo Cabret”, de Martin Scorsese venceu as indicações nas categorias de Melhor Som, Edição de Som, Efeitos Visuais, Direção de Arte e Fotografia.


Quem já assistiu ao filme “A Dama de Ferro” deve ter notado a grande semelhança de Meryl Streep com o seu personagem Margaret Tatcher. Essa proeza levou o Oscar de Melhor Maquiagem.

A talentosa profissional ficou com a premiação de Melhor Atriz. Meryl Streep, 62 anos, tem agora sobre sua prateleira três estatuetas. Ela é recordista na sua categoria, colecionando 17 indicações ao Oscar.

A produção “Meia-Noite em Paris” foi consagrada como o Melhor Roteiro Original, muito bem merecida, porém mais uma vez Woody Allen menospreza a festa. Na ocasião, não houve representante para receber o prêmio.

Além de “O Artista” quebrar o paradigma da festa, o filme iraniano “A Separação” causou um rompimento mais profundo. Venceu a disputa de Melhor Filme Estrangeiro, ultrapassando o polonês “In Darkness”, que aborda o holocausto judeu na II Guerra Mundial. Esse tema é um dos preferidos da academia. Quem sabe ela está percebendo o quanto o assunto está esgotado.

O Irã, que continuamente tem passado por períodos de tensão com o Ocidente, perdeu um Oscar em 1998, quando “Filhos do Paraíso” foi derrotado para o italiano “A Vida é Bela”, de Roberto Benigni, que tratava do holocausto.

E mais uma vez o Brasil volta para casa de mãos vazias. Mesmo com apenas um adversário no item Canção Original, a música “Real in Rio”, parte da trilha-sonora da animação “Rio”, composta por Carlinhos Brown e Sergio Mendes, não conseguiu superar “Os Muppets – O Filme”. É mesmo difícil vencer uma canção de um longa-metragem da Walt Disney Pictures. Quem se iludiu?

Bem, agora veja a lista completa dos vencedores do Oscar 2012:

Confira a lista dos premiados:

Melhor Filme
O Artista

Melhor Atriz
Meryl Streep, por A Dama de Ferro

Melhor Ator
Jean Dujardin, por O Artista

Melhor Atriz Coadjuvante
Octavia Spencer, por Histórias Cruzadas

Ator Coadjuvante
Christopher Plummer, por Toda Forma de Amor

Melhor Diretor
Michel Hazanavicius, por O Artista

Melhor Edição
Millenium - Os Homens que não Amavam as Mulheres

Melhor Documentário
Undefeated

Melhor Documentário em Curta-Metragem
Saving Face

Melhor Animação
Rango

Melhor Trilha Sonora
O Artista

Melhor Canção Original
Man or Muppet, de Os Muppets (Bret McKenzie)

Melhor Roteiro Original
Meia-noite em Paris

Melhor Roteiro Adaptado
Os Descendentes

Melhor Som
A Invenção de Hugo Cabret

Melhor Edição de Som
A Invenção de Hugo Cabret

Melhores Efeitos Visuais
A Invenção de Hugo Cabret

Melhor Curta-Metragem de Animação
The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore

Melhor Curta-Metragem
The Shore

Melhor Filme Estrangeiro
A Separação

Melhor Maquiagem
A Dama de Ferro

Melhor Figurino
O Artista

Melhor Direção de Arte
A Invenção de Hugo Cabret

Melhor Fotografia
A Invenção de Hugo Cabret