quarta-feira, 27 de julho de 2011

MELANCOLIA TERÁ PRÉ-ESTREIA A PARTIR DESSA SEXTA-FEIRA

O novo filme de Lars Von Trier estreia dia 5 de agosto, porém se você não quer esperar até lá, anote: a partir de sexta, 29, “Melancolia” conta com pré-estreias nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

Em São Paulo, as sessões serão apresentadas nos cinemas Cidade Jardim (de 29 a 04/08 - exceto segunda, 01/08), Kinoplex Itaim, dias 29 e 30, Arteplex Pompeia, 30, e Multiplex Bristol e Iguatemi, de 29 a 04/08.

No Rio de Janeiro, no Kinoplex Fashion Mall, de 29 a 31/07, Arteplex, dia 30, e na Estação Sesc Espaço, Estação Sesc Barra Point, Estação Sesc Botafogo e Estação Vivo Gávea, de 29 a 04/08.

Porto Alegre recebe as películas no Guion Center e Moinhos, de 29/07 a 04/08, e no Arteplex, dia 30 de julho.

Em “Melancolia”, o tema do sempre polêmico Von Trier é a angústia do ser humano. Para materializar esse sentimento, ele traz um fato bastante temido e ao mesmo tempo instigante: o final do mundo.

O cineasta dinamarquês, um dos criadores do manifesto “dogma 95”, escreveu e dirigiu “Melancolia”. No filme Justine, interpretada pela atriz Kirsten Dunst (a Mary Jane, de “Homem-Aranha”, casa-se com Michael (Alexander Skarsgård, o Eric Northman, de True Blood). Durante a suntuosa festa de casamento na residência de sua irmã, a controladora Claire (Charlotte Gainsbourg, de “Anticristo”), e do cunhado John (Kiefer Sutherland, da série “24 horas”), o planeta Melancolia caminha em direção a Terra.


A aproximação entre os dois planetas causa uma série de eventos destrutivos, tanto fisicamente quanto psicologicamente. Mas o destaque vai para as reações diferentes das irmãs.
O fim do mundo já foi explorado no cinema em diversas produções. Agora, neste disaster movie (filme-catástrofe), a atmosfera é sombria, misteriosa e repleta de profundidade psicológica e belíssimas imagens.


Lars Von Trier repetiu o feito. Em 2009, a inglesa Charlotte Gainsbourg (filha de Jane Birkin e Serge Gainsbourg) recebeu o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes, pela atuação em sua película “Anticristo”. Neste ano, a americana Kirsten Dunst foi premiada como Melhor Atriz, no mesmo Festival, por “Melancolia”.


O cineasta ganhou a Palma de Ouro por “Dançando no Escuro” (2000). Recentemente, durante uma conferência de imprensa no Festival de Cannes, ele brincou, por várias vezes, com a sua fama de maltratar as atrizes no set.


Porém, os comentários na mídia têm girado em torno de uma declaração considerada imprópria. Indagado sobre a cultura alemã nos seus filmes, ele respondeu: “Houve um tempo em que eu queria ser judeu, mas descobri que sou mesmo um nazista. Eu entendo o Hitler. Não é um cara que vocês considerem bonzinho, mas o compreendo... Mas deixe explicar: eu não vivi a Segunda Guerra, e não sou contra os judeus, nem mesmo a Susanne Bier (diretora de ‘Em Um Mundo Melhor’, vencedor do Oscar de filme estrangeiro). Não gosto muito de Israel... Mas enfim, como eu saio dessa frase agora?”.

Ele desculpou-se depois, mas não adiantou.Infelizmente, o diretor foi expulso pelo conselho dirigente do festival.

Curiosidade
O cineasta trabalha em um projeto pessoal em que roda três minutos de filme todos os dias em diferentes locais na Europa. A sua intenção é realizar este trabalho durante 33 anos e - como ele teve início em 1991 - a previsão é de que o filme seja lançado em 2024.

Serviço:
Melancholia - “Melancolia”, Ficção Científica, 130 minutos, 2011, Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Suécia.
Estreia no Brasil, dia 5 de agosto. É distribuído nacionalmente pela California Filmes.

Assista ao trailer oficial no link: http://www.californiafilmes.com.br/Trailer/Melancolia.wmv

E a cenas nos seguintes endereços:
http://www.californiafilmes.com.br/EPK/Melancolia/Cena1.wmv
http://www.californiafilmes.com.br/EPK/Melancolia/Cena2.wmv
http://www.californiafilmes.com.br/EPK/Melancolia/Cena3.wmv

Ficha técnica
Direção: Lars von Trier
Atores: Kirsten Dunst, Charlotte Gainsbourg, Kiefer Sutherland, Alexander Skarsgård e Charlotte Rampling, John Hurt, Stellan Skarsgård, Udo Kier e Jesper Christensen

terça-feira, 12 de julho de 2011

“Meia-Noite em Paris”: o realismo fantástico de Woody Allen está de Volta

Primeiro em “ A Rosa Púrpura do Cairo” (1985), depois, levemente, em “Neblina e Sombras” (1991) e, agora, a realidade dá vazão ao mundo imaginário, no enredo de “Meia-Noite em Paris”.

Em minha opinião, você não pode deixar de assistir ao mais recente filme de Woody Allen, “Meia-Noite em Paris”. Principalmente, se você é amante das artes. Qualquer arte... uma arte... duas artes... ou todas as artes.

O filme, genialmente, nos leva a um mundo fantástico, mesclando a realidade da dura vida com seus conflitos existenciais e o desejo de ter vivido na época em que mais se admira, exalta.

Na minha fase do ensino fundamental, sonhava com a “Belle Époque”, por influência da dona Nanci, uma professora de História, apaixonada pela França do final do século XIX. Quando eu cursava jornalismo lamentava, com uma quase revolta, não ter lutado contra a ditadura militar brasileira. No curso de letras, o desejo era ter presenciado a “Semana de Arte Moderna”, no Teatro Municipal, do começo dos anos de 1900, em São Paulo. E por aí vai...

E é com essa fascinação pela magia histórica-política-intelectual dos anos de ouro, que Woody Allen vai brincar. Desculpe-me o termo, mas ele brinca nesse filme. Essa brincadeira é tão atraente, que será impossível resistir ao convite majestoso do cineasta.

É um transportar pela tela a encontros divertidos e emocionantes com artistas americanos “desprezados” em seu país, mas acolhidos na Paris, da década de 20, como a poetisa Gertrudes Stein, o músico Cole Porter e os escritores Ernest Hemingway e Francis Scott Fitzgerald. A homenagem estende-se aos europeus como Pablo Picasso, Henri Matisse, Paul Gauguin e Luis Buñuel, entre tantos outros que garantem o deleite.

A cada aparição, um impacto, que começa com a revelação da personagem, passeia pela atuação daquele ator que a encarna e finaliza com acontecimentos históricos, engraçados e, muitas vezes, cativantes, ao olhar da plateia. Público, que, em meio a suspiros e sussurros, demonstram surpresa e vontade de continuar aquelas prosaicas discussões, que hoje são dissertações de pesquisas científicas.

Um cinema nonsense, repleto de delicadeza. Por meio do realismo fantástico, ele traz a reflexão sobre o quanto o ser humano é insatisfeito com o presente, em algum nível, e, essencialmente, mostra a sua busca pela pessoa que o fará se sentir imortal, capaz, forte e feliz. Isso, sem aludir aos motes do príncipe que luta para livrar a princesa do mal ou de “Romeu e Julieta” etc, os quais continuam sendo fortes vetores em filmes e novelas...

No roteiro, estão formadas as confusões amorosas, os valores familiares americanos, a neurose feminina, canalizada na realização de um casamento com um homem bem-sucedido e o soberbo mundo americano dos negócios (levemente tratado).

Esses panoramas contrapõem ao clima romântico da cidade-luz, a atmosfera granulada e brilhante de uma película, que ora valoriza o contraste claro-escuro, ora lança mão dos holofotes e closes em pessoas e objetos.

Para expressar esses sentidos, Woody Allen criou o protagonista Gil Pender (Owen Wilson, de “Marley e Eu”), um roteirista norte-americano super bem cotado em Hollywood, mas claramente frustrado. Seu desejo é deixar essa vida da indústria pipoca em rede e tornar-se escritor de bons romances. A angústia desse homem indeciso e inseguro é perturbadora.

Ele e Inez (Rachel McAdams, “O Diário de uma Paixão”) estão prestes a se casar e, acompanhando os pais da moça, eles visitam Paris. Gil quer ficar e ela, exageradamente superficial, odeia a possibilidade de deixar os Estados Unidos.

Owen é o alterego de Woody Allen e Gil é o próprio; com direito a gestos, neuroses, gagueiras e expressões faciais do cineasta, quando atuava em seus filmes. Incrível, eu não tinha notado em “Marley e Eu” essa grande semelhança! Ou melhor, uma perfeita fusão. Admirável!

A musa de Allen, dessa vez, é a charmosa Paris, principalmente nas noites de chuva. Mas as tomadas começam durante o dia, revelando a rotina e os pontos turísticos da capital. As cenas vão até a meia noite. Nesse período, como em um conto de fadas, o sino badala e o sonho entra em ação. (sem efeitos especiais).

Viagens pelo tempo em que Gil, a cada retorno, toma mais consciência de sua vida e de seus segredos. Vale destacar sua paixão por Adriana (fetiche de Mondigliani e Picasso). Contrapondo ao exagero de Inez, a construção de Adriana resultou em uma bela estudante de moda, sensual e fascinante, muito bem interpretada pela excelente Marion Cotillard (“Piaf - Um Hino ao Amor").

Contudo, “Meia Noite em Paris” explora a imaginação, leva o espectador para um belíssimo passeio e ainda garante risos descontraídos. Experimente! É digno de adoração!

Ficha técnica:“Meia-Noite me Paris” (Midnight in Paris), 100 min., 2011, Paris
Diretor: Woody Allen
Atores: Owen Wilson, Marion Cotillard, Rachel McAdams, Kurt Fuller, Mimi Kennedy e Carla Bruni, como guia turística.

terça-feira, 5 de julho de 2011

FLUXUS 2011: CURTA-METRAGEM PELA INTERNET

Se você quer ver filmes sem sair de casa e sem alugá-lo em uma locadora e nem vê-los por TV a cabo, aproveite o Fluxus 2011 (Festival Internacional de Cinema na Internet).

São 34 filmes, de curta duração, produzidos entre 2010 e 2011, em 18 países como Coreia do Sul, França, Espanha, Turquia, Suíça, Rússia, Indonésia e, óbvio, Brasil, entre outros.

Você também participar da exposição dessas mesmas produções no Sesc Pompeia, que começou no dia 29 de junho. Lá, os curtas estão divididos em 12 telas, em que é possível transitar. Quer dizer: você pode escolher qual título quer assistir, trocar, ir e vir, de acordo com sua vontade. Além disso, não há sessões, nem horários marcados.

Esta é a oitava mostra competitiva do Fluxus. Portanto, pela Internet, ainda é possível votar nas produções que mais gostou. Há curtas para variados gostos. Entre os gêneros estão ficção, documentários, animações e vídeos experimentais.

A iniciativa, que vai até o dia 31 de julho, propõe um deslocamento dos espaços convencionais para ver e compartilhar o audiovisual. Para os organizadores, o lugar onde se assisti a uma película não precisa estar contido apenas nas salas escuras do cinema, “pode ser aquele que receber o olhar interessado do seu espectador”.

O único problema é que a banda larga no Brasil, ou seria a banda larga oferecida pelas operadoras brasileiras, está aquém de sua oferta. Por isso, é necessário deixar, por alguns minutos, carregando os vídeos para em seguida assisti-los, já que é comum travar a exibição. Experimente! Bom Festival!

Para votar e assistir aos curtas, acesse o site http://www.fluxusfestival.com/

Serviço:
Fluxus 2011 (Festival Internacional de Cinema na Internet)
De 29 de junho a 31 de julho
Exposição no Sesc Pompéia: De terça a sábado, das 10h às 21h. Domingo, das 10h às 20.
Rua Clélia, 93 – Pompéia – (11) 3871-7700 (11) 3871-7700
http://www.sescsp.org.br/

Programação Online:
http://www.fluxusonline.com/2011/

sábado, 2 de julho de 2011

Para rir sem compromisso: “Mulheres Solteiras Procuram”

Você está procurando uma comédia leve, criativa e, desculpe-me a redundância, en-gra-ça-da? Então, agende-se para ir ao Teatro Augusta e assistir à “Mulheres Solteiras Procuram”.

O texto, atuação e direção são da talentosa Pitty Webo, que traz para o palco o cotidiano de diversos comportamentos de mulheres solteiras e suas situações hilárias.

“Todos os espetáculos que escrevi e dirigi vieram de vivências reais. Tenho uma necessidade de colocar no papel questionamentos da sociedade atual e a dramaturgia me leva por caminhos e desfechos diferentes da vida”, revela ela, que também está lançando um livro com o texto dessa montagem.

A procura da mulher pela felicidade, por meio de um relacionamento amoroso, é tema central. Usando fetiches e clichês, de forma caricata, a peça é dividida em curtas histórias cômicas, em que Pitty e o ator Marco Antonio Gimenez interpretam diversas personagens.

Embora exacerbados são seres da vida real: Aline conhece um homem que parece ser maravilhoso, mas... é casado! Marisa descobre que seu ex-marido virou gay (talvez sempre tenha sido...). Pior para Sara, cujo ex-namorado sumiu e até hoje não se sabe o seu paradeiro!

Gosto da arte contemporânea, escrevo pensando na plateia, que com certeza já passou por um ou vários desses momentos. Quero mostrar diversos temas e personagens diferentes, ao invés de uma só história. As mulheres solteiras têm muitas coisas pra contar!”, afirma.

Segundo ela, a linguagem remete aos dias de hoje e sua direção é inspirada nos conceitos cênicos de Peter Brook, Grotowski, Brecht e Domingos Oliveira.

O cenário é modificado pelos próprios atores, como se fossem peças do tipo lego, acoplando e desacoplando-as, como mais um recurso cênico, que permite dinamismo e mobilidade.

As trocas de roupa obedecem a essa dinâmica. São realizadas no palco, de acordo com a personagem da vez. “É como se os casais montassem seus próprios cenários na vida real, ou seja, são responsáveis pelas suas atitudes”, explica a atriz.

O palco cru, a coxia e suas instalações aparentes, pouca luz e o fundo com vista para a cidade real anunciam um teatro autoral, que também estabelece uma conversa mais íntima com o público, tanto simbólica quanto literal, já que os autores brincam também com a plateia.

O olhar masculino não fica de lado. Os pensamentos e comportamentos “homerios” são destacados em várias cenas.

Para além das diferenças entre os dois gêneros, fica clara, no texto, a necessidade de comunicação, de preferência eficaz, para a boa manutenção dos relacionamentos amorosos.

“Cada peça que escrevo é sobre um tema diferente. Esse espetáculo fala dos relacionamentos entre homens e mulheres, por isso o público se identifica tanto. Afinal você é, foi ou será solteiro (a)! Se está difícil encontrar um grande amor, a gente se diverte durante a procura...”, finaliza Pitty.

Sobre Pitty Webo
Começou seus estudos dramáticos aos 13 anos no Teatro Tablado e atuou em dezoito peças de teatro, entre elas: “Confissões de Adolescente”, “O Gato de Botas”, “Tabroadway”, “A História da Baratinha” "Folias de Natal"; três novelas (“Suave Veneno”, “Malhação” e “Mulheres Apaixonadas”) e duas minisséries na TV Globo, além dos filmes “Dia Domingo” e “Pela Passagem de Uma Grande Dor” – a ser lançado em breve). Ganhou o Prêmio Maria Clara Machado de Melhor Atriz e escreveu e dirigiu seis espetáculos.

Sobre Marco Antonio Gimenez
No teatro participou das peças “Tambores da noite”, “O Bem Amado”, “Na casa do Vinte” e “O Diário sexual de Rocco e Antonia”. No cinema atuou em “Encurralado”, “Mike Basset” e “Joana e Marcelo o Amor quase perfeito”. Em 2005 ganhou projeção nacional com seu personagem “Urubu”, no ar por dois anos, em Malhação (Globo). Esteve nas novelas “Mulheres Apaixonadas", “Sete Pecados”, “Caras e Bocas”, e na minissérie “Um Só Coração". Marco também chegou a apresentar a "TV Globinho".

Serviço:
Mulheres Solteiras Procuram, 16 anos, 90 minutos
Teatro Augusta (320 lugares)
Rua Augusta, 943
Informações: 3151.2464
Sexta, às 21h30. Sábado, às 21h. Domingo, às 19h.
Ingressos: Sexta R$ 50 / Sábado e Domingo R$ 60
De 17 de junho a 28 de agosto
Vendas: http://www.ingressorapido.com.br/ e telefone: 4003-1212
Bilheteria: Quartas e quintas, das 14h às 21h; Sexta, das 14h às 21h30; Sábado, das 14h0] às 21h; Domingo. das 14h às 19h. Aceita os cartões Mastercard, Dinners Club e Redeshop.

Ficha Técnica:
Texto e direção: Pitty Webo
Elenco: Pitty Webo e Marco Antonio Gimenez
Luz: Kadu Moratori
Cenário e trilha sonora: Pitty Webo
Figurino: Almir França e O Grupo
Foto de Divulgação: Sergio Baia
Produção: Tiago Higa