terça-feira, 2 de agosto de 2011

RELÍQUIAS DA MORTE PARTE 2 COMPLETA OS 10 ANOS DE HARRY POTTER NA VIDA DO CINEMA

Está sendo impossível não comentar o último filme do bruxinho, “Harry Potter e As Relíquias da Morte – Parte 2”. Se você ainda não assistiu ao filme, vale a pena a experiência, principalmente, se a película for vista em 3D ou Imax.


Apesar da escuridão, o que não é novidade, já que as cenas escuras estão presentes nas outras sete produções da série, os efeitos especiais são tecnicamente bem apurados e cuidados.
O Harry, que vem se “humanizando” a cada título, em ”As Relíquias...” algumas vezes utiliza seus poderes, contando mais com seus aliados para as tais magias. No entanto, o filme não perde o elemento fantástico, o qual prima por se conectar com o mundo imaginário da plateia, fã ou não da série.


O enredo, bem amarrado, apresenta seguidas cenas de ação, o que torna o filme dinâmico, apesar de, em certos momentos, previsível. A grande surpresa é o tratamento dado ao destino do herói. Potter, mesmo demonstrando medo, caminha disposto a pagar com a vida a liberdade de Hogwarts, simbolicamente representando o mundo. Ponto em que a história mais sustenta o suspense, surpreende e emociona.


A trama dá seguimento à busca do carismático Harry (Daniel Radclife), juntamente com seus fiéis amigos Rony (Rupert Grint) e Hermione (Emma Watson), pelas poderosas horcruxes. São três. O objetivo é destruí-las, e, assim, livrar o mundo do vilão Lorde Voldemort (Ralph Fiennes). Com isso, você pode imaginar o final, mas o que interessa é o trajeto (em 3D) para tal proeza.

“Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2” tem mais sangue, mas não passa da conta. É entretenimento apenas, mas tem suas qualidades. Portanto, preconceito de lado, não espere, mesmo, conceitos e continuidades profundas, e aproveite a despedida, que, por sinal, é muito melhor do que a apresentação.


Os atores e personagens, também presentes nos sete filmes, mantiveram coerência e coesão até o fim. Foi bom vê-los crescer e ainda mais testemunhar as várias fases - da infância à idade adulta. Principalmente o trio Harry, Hermione e Rony, e seus respectivos atores.


Vale mencionar Neville Longbottom (Matthew Lewis), o gordinho dentuço, com aparições engraçadas, que se transforma em um corajoso jovem nesta aventura. Fiel a Harry, ele ocupa um lugar de liderança entre pais e alunos de Hogwarts.

Severus Snape tem destaque neste aguardado desfecho. Ele faz grandes revelações, na pele do ótimo Alan Rickman. Ralph Fiennes, como Valdemort tem mais cenas e abusa da magia e efeitos especiais.


Mais de 7 bilhões de dólares
A franquia está sendo considerada a maior da história. Foram 10 anos, milhões de fãs pelo mundo e bilhões de dólares angariados. Com certeza também incentivou a leitura entre os jovens. Sete livros publicados.


As elaboradas linhas de J. K. Rowling entrou para a história do cinema. Quem não leu os livros, entende os filmes. Já os fãs da literatura, na maioria, aprovam as adaptações cinematográficas.
A assessoria de imprensa da Warner informou, dia 25 de julho, que a franquia ultrapassou os sete bilhões de dólares em bilheteria no mundo. No Brasil, a oitava aventura registrou a maior renda, na semana de abertura, com aproximadamente R$ 30 milhões.

Em sua primeira semana em cartaz, “Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2” arrecadou mais de US$ 640 milhões nos cinemas mundiais.

Individualmente, os números registrados pela franquia são: “Harry Potter e a Pedra Filosofal”, US$ 974.755.371; “Harry Potter a Câmara Secreta”, somando US$ 878.979.634; “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban”, com US$ 796.688.549; “Harry Potter e o Cálice de Fogo”, no total de US$ 896.911.078; “Harry Potter e a Ordem da Fênix”, apresentando US$ 939.885.929; “Harry Potter e o Enigma do Príncipe”, somando US$ 934.416.487 e “Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 1”, com US$ 955.417.476.

Sites com conteúdo e download
Para cativar ainda mais o público, a Warner Bros. Pictures divulgou dois novos sites de “Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2”. Um dele é um “Tradutor de Ofidioglossia”, que permite ao usuário escrever qualquer frase e depois escutá-la na língua das cobras, habilidade dominada por Harry e Voldermort.

O outro, intitulado “Canto dos Trouxas”, possibilita que os fãs baixem vídeos, imagens, pôsteres e papéis de parede, entre outros itens ligados à franquia.

Site:
www.asreliquiasdamorte.com.br

Tradutor de Ofidioglossia:
http://parseltonguetranslator.warnerbros.com/br

Canto dos Trouxas
http://www.mugglehub.com/?region=BR

Ficha técnica:
Harry Potter and the deathly hallows: Part two - “Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2”, Aventura, em 2D, 3D e IMAX.
Direção: David Yates
Roteiro: Steve Kloves – que segundo fãs, seguiu ao pé da letra as passagens do livro.
Produtores: David Heyman e David Barron

Recordando
A apresentação ao mundo mágico de mister Harry Potter foi em "A Pedra Filosofal", depois em "A Câmara Secreta". Descobriu que tinha um parente vivo em "O Prisioneiro de Azkaban". Aí participou de um campeonato e presenciou a volta de seu arqui-inimigo em "O Cálice de Fogo". Continuou sua saga em "A Ordem da Fênix" e em "O Enigma do Príncipe" (onde tomou conhecimento sobre as horcruxes). Agora, fim da década. Fim da jornada heróica?

quarta-feira, 27 de julho de 2011

MELANCOLIA TERÁ PRÉ-ESTREIA A PARTIR DESSA SEXTA-FEIRA

O novo filme de Lars Von Trier estreia dia 5 de agosto, porém se você não quer esperar até lá, anote: a partir de sexta, 29, “Melancolia” conta com pré-estreias nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

Em São Paulo, as sessões serão apresentadas nos cinemas Cidade Jardim (de 29 a 04/08 - exceto segunda, 01/08), Kinoplex Itaim, dias 29 e 30, Arteplex Pompeia, 30, e Multiplex Bristol e Iguatemi, de 29 a 04/08.

No Rio de Janeiro, no Kinoplex Fashion Mall, de 29 a 31/07, Arteplex, dia 30, e na Estação Sesc Espaço, Estação Sesc Barra Point, Estação Sesc Botafogo e Estação Vivo Gávea, de 29 a 04/08.

Porto Alegre recebe as películas no Guion Center e Moinhos, de 29/07 a 04/08, e no Arteplex, dia 30 de julho.

Em “Melancolia”, o tema do sempre polêmico Von Trier é a angústia do ser humano. Para materializar esse sentimento, ele traz um fato bastante temido e ao mesmo tempo instigante: o final do mundo.

O cineasta dinamarquês, um dos criadores do manifesto “dogma 95”, escreveu e dirigiu “Melancolia”. No filme Justine, interpretada pela atriz Kirsten Dunst (a Mary Jane, de “Homem-Aranha”, casa-se com Michael (Alexander Skarsgård, o Eric Northman, de True Blood). Durante a suntuosa festa de casamento na residência de sua irmã, a controladora Claire (Charlotte Gainsbourg, de “Anticristo”), e do cunhado John (Kiefer Sutherland, da série “24 horas”), o planeta Melancolia caminha em direção a Terra.


A aproximação entre os dois planetas causa uma série de eventos destrutivos, tanto fisicamente quanto psicologicamente. Mas o destaque vai para as reações diferentes das irmãs.
O fim do mundo já foi explorado no cinema em diversas produções. Agora, neste disaster movie (filme-catástrofe), a atmosfera é sombria, misteriosa e repleta de profundidade psicológica e belíssimas imagens.


Lars Von Trier repetiu o feito. Em 2009, a inglesa Charlotte Gainsbourg (filha de Jane Birkin e Serge Gainsbourg) recebeu o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes, pela atuação em sua película “Anticristo”. Neste ano, a americana Kirsten Dunst foi premiada como Melhor Atriz, no mesmo Festival, por “Melancolia”.


O cineasta ganhou a Palma de Ouro por “Dançando no Escuro” (2000). Recentemente, durante uma conferência de imprensa no Festival de Cannes, ele brincou, por várias vezes, com a sua fama de maltratar as atrizes no set.


Porém, os comentários na mídia têm girado em torno de uma declaração considerada imprópria. Indagado sobre a cultura alemã nos seus filmes, ele respondeu: “Houve um tempo em que eu queria ser judeu, mas descobri que sou mesmo um nazista. Eu entendo o Hitler. Não é um cara que vocês considerem bonzinho, mas o compreendo... Mas deixe explicar: eu não vivi a Segunda Guerra, e não sou contra os judeus, nem mesmo a Susanne Bier (diretora de ‘Em Um Mundo Melhor’, vencedor do Oscar de filme estrangeiro). Não gosto muito de Israel... Mas enfim, como eu saio dessa frase agora?”.

Ele desculpou-se depois, mas não adiantou.Infelizmente, o diretor foi expulso pelo conselho dirigente do festival.

Curiosidade
O cineasta trabalha em um projeto pessoal em que roda três minutos de filme todos os dias em diferentes locais na Europa. A sua intenção é realizar este trabalho durante 33 anos e - como ele teve início em 1991 - a previsão é de que o filme seja lançado em 2024.

Serviço:
Melancholia - “Melancolia”, Ficção Científica, 130 minutos, 2011, Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Suécia.
Estreia no Brasil, dia 5 de agosto. É distribuído nacionalmente pela California Filmes.

Assista ao trailer oficial no link: http://www.californiafilmes.com.br/Trailer/Melancolia.wmv

E a cenas nos seguintes endereços:
http://www.californiafilmes.com.br/EPK/Melancolia/Cena1.wmv
http://www.californiafilmes.com.br/EPK/Melancolia/Cena2.wmv
http://www.californiafilmes.com.br/EPK/Melancolia/Cena3.wmv

Ficha técnica
Direção: Lars von Trier
Atores: Kirsten Dunst, Charlotte Gainsbourg, Kiefer Sutherland, Alexander Skarsgård e Charlotte Rampling, John Hurt, Stellan Skarsgård, Udo Kier e Jesper Christensen

terça-feira, 12 de julho de 2011

“Meia-Noite em Paris”: o realismo fantástico de Woody Allen está de Volta

Primeiro em “ A Rosa Púrpura do Cairo” (1985), depois, levemente, em “Neblina e Sombras” (1991) e, agora, a realidade dá vazão ao mundo imaginário, no enredo de “Meia-Noite em Paris”.

Em minha opinião, você não pode deixar de assistir ao mais recente filme de Woody Allen, “Meia-Noite em Paris”. Principalmente, se você é amante das artes. Qualquer arte... uma arte... duas artes... ou todas as artes.

O filme, genialmente, nos leva a um mundo fantástico, mesclando a realidade da dura vida com seus conflitos existenciais e o desejo de ter vivido na época em que mais se admira, exalta.

Na minha fase do ensino fundamental, sonhava com a “Belle Époque”, por influência da dona Nanci, uma professora de História, apaixonada pela França do final do século XIX. Quando eu cursava jornalismo lamentava, com uma quase revolta, não ter lutado contra a ditadura militar brasileira. No curso de letras, o desejo era ter presenciado a “Semana de Arte Moderna”, no Teatro Municipal, do começo dos anos de 1900, em São Paulo. E por aí vai...

E é com essa fascinação pela magia histórica-política-intelectual dos anos de ouro, que Woody Allen vai brincar. Desculpe-me o termo, mas ele brinca nesse filme. Essa brincadeira é tão atraente, que será impossível resistir ao convite majestoso do cineasta.

É um transportar pela tela a encontros divertidos e emocionantes com artistas americanos “desprezados” em seu país, mas acolhidos na Paris, da década de 20, como a poetisa Gertrudes Stein, o músico Cole Porter e os escritores Ernest Hemingway e Francis Scott Fitzgerald. A homenagem estende-se aos europeus como Pablo Picasso, Henri Matisse, Paul Gauguin e Luis Buñuel, entre tantos outros que garantem o deleite.

A cada aparição, um impacto, que começa com a revelação da personagem, passeia pela atuação daquele ator que a encarna e finaliza com acontecimentos históricos, engraçados e, muitas vezes, cativantes, ao olhar da plateia. Público, que, em meio a suspiros e sussurros, demonstram surpresa e vontade de continuar aquelas prosaicas discussões, que hoje são dissertações de pesquisas científicas.

Um cinema nonsense, repleto de delicadeza. Por meio do realismo fantástico, ele traz a reflexão sobre o quanto o ser humano é insatisfeito com o presente, em algum nível, e, essencialmente, mostra a sua busca pela pessoa que o fará se sentir imortal, capaz, forte e feliz. Isso, sem aludir aos motes do príncipe que luta para livrar a princesa do mal ou de “Romeu e Julieta” etc, os quais continuam sendo fortes vetores em filmes e novelas...

No roteiro, estão formadas as confusões amorosas, os valores familiares americanos, a neurose feminina, canalizada na realização de um casamento com um homem bem-sucedido e o soberbo mundo americano dos negócios (levemente tratado).

Esses panoramas contrapõem ao clima romântico da cidade-luz, a atmosfera granulada e brilhante de uma película, que ora valoriza o contraste claro-escuro, ora lança mão dos holofotes e closes em pessoas e objetos.

Para expressar esses sentidos, Woody Allen criou o protagonista Gil Pender (Owen Wilson, de “Marley e Eu”), um roteirista norte-americano super bem cotado em Hollywood, mas claramente frustrado. Seu desejo é deixar essa vida da indústria pipoca em rede e tornar-se escritor de bons romances. A angústia desse homem indeciso e inseguro é perturbadora.

Ele e Inez (Rachel McAdams, “O Diário de uma Paixão”) estão prestes a se casar e, acompanhando os pais da moça, eles visitam Paris. Gil quer ficar e ela, exageradamente superficial, odeia a possibilidade de deixar os Estados Unidos.

Owen é o alterego de Woody Allen e Gil é o próprio; com direito a gestos, neuroses, gagueiras e expressões faciais do cineasta, quando atuava em seus filmes. Incrível, eu não tinha notado em “Marley e Eu” essa grande semelhança! Ou melhor, uma perfeita fusão. Admirável!

A musa de Allen, dessa vez, é a charmosa Paris, principalmente nas noites de chuva. Mas as tomadas começam durante o dia, revelando a rotina e os pontos turísticos da capital. As cenas vão até a meia noite. Nesse período, como em um conto de fadas, o sino badala e o sonho entra em ação. (sem efeitos especiais).

Viagens pelo tempo em que Gil, a cada retorno, toma mais consciência de sua vida e de seus segredos. Vale destacar sua paixão por Adriana (fetiche de Mondigliani e Picasso). Contrapondo ao exagero de Inez, a construção de Adriana resultou em uma bela estudante de moda, sensual e fascinante, muito bem interpretada pela excelente Marion Cotillard (“Piaf - Um Hino ao Amor").

Contudo, “Meia Noite em Paris” explora a imaginação, leva o espectador para um belíssimo passeio e ainda garante risos descontraídos. Experimente! É digno de adoração!

Ficha técnica:“Meia-Noite me Paris” (Midnight in Paris), 100 min., 2011, Paris
Diretor: Woody Allen
Atores: Owen Wilson, Marion Cotillard, Rachel McAdams, Kurt Fuller, Mimi Kennedy e Carla Bruni, como guia turística.

terça-feira, 5 de julho de 2011

FLUXUS 2011: CURTA-METRAGEM PELA INTERNET

Se você quer ver filmes sem sair de casa e sem alugá-lo em uma locadora e nem vê-los por TV a cabo, aproveite o Fluxus 2011 (Festival Internacional de Cinema na Internet).

São 34 filmes, de curta duração, produzidos entre 2010 e 2011, em 18 países como Coreia do Sul, França, Espanha, Turquia, Suíça, Rússia, Indonésia e, óbvio, Brasil, entre outros.

Você também participar da exposição dessas mesmas produções no Sesc Pompeia, que começou no dia 29 de junho. Lá, os curtas estão divididos em 12 telas, em que é possível transitar. Quer dizer: você pode escolher qual título quer assistir, trocar, ir e vir, de acordo com sua vontade. Além disso, não há sessões, nem horários marcados.

Esta é a oitava mostra competitiva do Fluxus. Portanto, pela Internet, ainda é possível votar nas produções que mais gostou. Há curtas para variados gostos. Entre os gêneros estão ficção, documentários, animações e vídeos experimentais.

A iniciativa, que vai até o dia 31 de julho, propõe um deslocamento dos espaços convencionais para ver e compartilhar o audiovisual. Para os organizadores, o lugar onde se assisti a uma película não precisa estar contido apenas nas salas escuras do cinema, “pode ser aquele que receber o olhar interessado do seu espectador”.

O único problema é que a banda larga no Brasil, ou seria a banda larga oferecida pelas operadoras brasileiras, está aquém de sua oferta. Por isso, é necessário deixar, por alguns minutos, carregando os vídeos para em seguida assisti-los, já que é comum travar a exibição. Experimente! Bom Festival!

Para votar e assistir aos curtas, acesse o site http://www.fluxusfestival.com/

Serviço:
Fluxus 2011 (Festival Internacional de Cinema na Internet)
De 29 de junho a 31 de julho
Exposição no Sesc Pompéia: De terça a sábado, das 10h às 21h. Domingo, das 10h às 20.
Rua Clélia, 93 – Pompéia – (11) 3871-7700 (11) 3871-7700
http://www.sescsp.org.br/

Programação Online:
http://www.fluxusonline.com/2011/

sábado, 2 de julho de 2011

Para rir sem compromisso: “Mulheres Solteiras Procuram”

Você está procurando uma comédia leve, criativa e, desculpe-me a redundância, en-gra-ça-da? Então, agende-se para ir ao Teatro Augusta e assistir à “Mulheres Solteiras Procuram”.

O texto, atuação e direção são da talentosa Pitty Webo, que traz para o palco o cotidiano de diversos comportamentos de mulheres solteiras e suas situações hilárias.

“Todos os espetáculos que escrevi e dirigi vieram de vivências reais. Tenho uma necessidade de colocar no papel questionamentos da sociedade atual e a dramaturgia me leva por caminhos e desfechos diferentes da vida”, revela ela, que também está lançando um livro com o texto dessa montagem.

A procura da mulher pela felicidade, por meio de um relacionamento amoroso, é tema central. Usando fetiches e clichês, de forma caricata, a peça é dividida em curtas histórias cômicas, em que Pitty e o ator Marco Antonio Gimenez interpretam diversas personagens.

Embora exacerbados são seres da vida real: Aline conhece um homem que parece ser maravilhoso, mas... é casado! Marisa descobre que seu ex-marido virou gay (talvez sempre tenha sido...). Pior para Sara, cujo ex-namorado sumiu e até hoje não se sabe o seu paradeiro!

Gosto da arte contemporânea, escrevo pensando na plateia, que com certeza já passou por um ou vários desses momentos. Quero mostrar diversos temas e personagens diferentes, ao invés de uma só história. As mulheres solteiras têm muitas coisas pra contar!”, afirma.

Segundo ela, a linguagem remete aos dias de hoje e sua direção é inspirada nos conceitos cênicos de Peter Brook, Grotowski, Brecht e Domingos Oliveira.

O cenário é modificado pelos próprios atores, como se fossem peças do tipo lego, acoplando e desacoplando-as, como mais um recurso cênico, que permite dinamismo e mobilidade.

As trocas de roupa obedecem a essa dinâmica. São realizadas no palco, de acordo com a personagem da vez. “É como se os casais montassem seus próprios cenários na vida real, ou seja, são responsáveis pelas suas atitudes”, explica a atriz.

O palco cru, a coxia e suas instalações aparentes, pouca luz e o fundo com vista para a cidade real anunciam um teatro autoral, que também estabelece uma conversa mais íntima com o público, tanto simbólica quanto literal, já que os autores brincam também com a plateia.

O olhar masculino não fica de lado. Os pensamentos e comportamentos “homerios” são destacados em várias cenas.

Para além das diferenças entre os dois gêneros, fica clara, no texto, a necessidade de comunicação, de preferência eficaz, para a boa manutenção dos relacionamentos amorosos.

“Cada peça que escrevo é sobre um tema diferente. Esse espetáculo fala dos relacionamentos entre homens e mulheres, por isso o público se identifica tanto. Afinal você é, foi ou será solteiro (a)! Se está difícil encontrar um grande amor, a gente se diverte durante a procura...”, finaliza Pitty.

Sobre Pitty Webo
Começou seus estudos dramáticos aos 13 anos no Teatro Tablado e atuou em dezoito peças de teatro, entre elas: “Confissões de Adolescente”, “O Gato de Botas”, “Tabroadway”, “A História da Baratinha” "Folias de Natal"; três novelas (“Suave Veneno”, “Malhação” e “Mulheres Apaixonadas”) e duas minisséries na TV Globo, além dos filmes “Dia Domingo” e “Pela Passagem de Uma Grande Dor” – a ser lançado em breve). Ganhou o Prêmio Maria Clara Machado de Melhor Atriz e escreveu e dirigiu seis espetáculos.

Sobre Marco Antonio Gimenez
No teatro participou das peças “Tambores da noite”, “O Bem Amado”, “Na casa do Vinte” e “O Diário sexual de Rocco e Antonia”. No cinema atuou em “Encurralado”, “Mike Basset” e “Joana e Marcelo o Amor quase perfeito”. Em 2005 ganhou projeção nacional com seu personagem “Urubu”, no ar por dois anos, em Malhação (Globo). Esteve nas novelas “Mulheres Apaixonadas", “Sete Pecados”, “Caras e Bocas”, e na minissérie “Um Só Coração". Marco também chegou a apresentar a "TV Globinho".

Serviço:
Mulheres Solteiras Procuram, 16 anos, 90 minutos
Teatro Augusta (320 lugares)
Rua Augusta, 943
Informações: 3151.2464
Sexta, às 21h30. Sábado, às 21h. Domingo, às 19h.
Ingressos: Sexta R$ 50 / Sábado e Domingo R$ 60
De 17 de junho a 28 de agosto
Vendas: http://www.ingressorapido.com.br/ e telefone: 4003-1212
Bilheteria: Quartas e quintas, das 14h às 21h; Sexta, das 14h às 21h30; Sábado, das 14h0] às 21h; Domingo. das 14h às 19h. Aceita os cartões Mastercard, Dinners Club e Redeshop.

Ficha Técnica:
Texto e direção: Pitty Webo
Elenco: Pitty Webo e Marco Antonio Gimenez
Luz: Kadu Moratori
Cenário e trilha sonora: Pitty Webo
Figurino: Almir França e O Grupo
Foto de Divulgação: Sergio Baia
Produção: Tiago Higa



quinta-feira, 30 de junho de 2011

PARA OS FÃS DO MISTER POTTER

Entre 7 e 13 de julho, um filme por dia será exibido nos complexos da Cinemark dos shoppings Eldorado e Downtown.

Essa iniciativa é da Warner Bros. Pictures e da rede Cinemark, que realizarão uma maratona de aquecimento para o desfecho épico da franquia Harry Potter, que termina com a segunda parte do último filme: Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2.

Os fãs de São Paulo e do Rio de Janeiro poderão assistir a um filme por dia da saga, em sessão única, nas salas da Cinemark dos shoppings Eldorado (São Paulo) e Downtown (Rio de Janeiro).

Segundo a assessoria de imprensa, aqueles que assistirem a todos os sete filmes terão um passaporte carimbado e ganharão um kit composto por uma camiseta exclusiva e um convite para a pré-estreia do último longa, dia 14 de julho, na cidade participante da maratona.

Os ingressos serão vendidos por R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia entrada). Cada pessoa poderá comprar tickets para os sete dias de maratona para, no máximo, quatro pessoas (total de 28 ingressos).

As vendas começam hoje, dia 30 de junho, quinta-feira, das 11h às 18h, apenas nas bilheterias da Cinemark dos shoppings Eldorado (SP) e Downtown (RJ).

A rede Cinemark afirma que irá disponibilizar um caixa exclusivo para atender os fãs da saga.

Veja abaixo a programação:

Dia 07 de julho: Harry Potter e a Pedra Filosofal
Dia 08 de julho: Harry Potter e a Câmara Secreta
Dia 09 de julho: Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban
Dia 10 de julho: Harry Potter e o Cálice de Fogo
Dia 11 de julho: Harry Potter e a Ordem da Fênix
Dia 12 de julho: Harry Potter e o Enigma do Príncipe
Dia 13 de julho: Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 1

Outra novidade é que o filme Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2 será lançado mundialmente em 2D, 3D e IMAX, no próximo 15 de julho de 2011.

Para mais informações:

http://www.asreliquiasdamorte.com.br/

www.cinemark.com.br/maratona-harry-potter

Bom divertimento para você!

terça-feira, 28 de junho de 2011

MOZART PARA GRANDES E PEQUENOS

Um dos mais aclamados compositores eruditos está em cartaz em São Paulo. Trata-se da versão infantil da trajetória do austríaco Wolfgang Amadeus Mozart, representada na peça "Mozart Apaga a Luz".

Segundo a assessoria de imprensa, o espetáculo conta de forma leve e colorida, entremeada por músicas, detalhes inventados e informações reais da vida e obra desse grande musicista do século XVIII, aplaudido até os dias de hoje.

A montagem, escrita pela dramaturga Christine Röhrig (autora e tradutora de publicações infanto-juvenis), estreou dia 18 de junho, no Teatro Vivo, e fica por lá até 31 de julho.

O ator mineiro Daniel Maia interpreta o renomado regente, acompanhando por Nábia Villela e Fábio Caniatto (da Cia. Pia Fraus). Os três, além de cantar, interpretam as 20 músicas da trilha sonora, que desenha a peça.

Com direção de Alvise Camozzi, crianças e adultos verão no palco ingredientes que compõem a commedia dell´arte, manipulação de bonecos, além da utilização da linguagem de desenho animado e projeções de vídeo.

O espetáculo busca a originalidade para contar, de forma simples, o intenso e intrigante percurso de Mozart, abordando sua precoce genialidade, suas viagens rocambolescas pela Europa, seus amores e rivalidades, com foco em sua envolvente e admirável relação com a música.

No centro da trama, o atrapalhado e brilhante Mozart (Daniel Maia) precisa decifrar um enigma. Para ajudá-lo a desempenhar essa tarefa, ele conta com o amigo Papageno (Fábio Caniatto), de seu clássico “A Flauta Mágica”.

No caminho, Mozart apaixona-se por Musa (Nábia Villela), uma bela cantora de ópera que o leva para uma viagem pela sua própria história. Com isso, o espetáculo mistura dados biográficos e outros frutos da imaginação, que completam o jogo cênico, somando palco e plateia.

Serviço:
"Mozart Apaga a Luz"
Teatro Vivo
Avenida Chucri Zaidan, 860, Morumbi - São Paulo
Sábado, às 16 horas e domingo, às 15 horas
Temporada: 18 de Junho a 31 de Julho de 2011.
R$ 20

Ficha Técnica:
Texto de Christine Rohrig
Direção: Alvise Camozzi
Elenco: Daniel Maia, Nábia Vilela e Fábio Caniotto
Figurino: Gabriel Villela
Cenário: Marcio Vinícius
Desenho de luz: Marisa Bentivegna

Quem foi Mozart?

Wolfgang Amadeus Mozart teve uma infância prodigiosa, porém, quando adulto, sofreu humilhações, perdeu os pais ainda cedo e padeceu com a dor de perder vários filhos, além de ter sido vítima de muitas doenças, que acabaram por ceifar sua vida aos 35 anos de idade.

Aquariano, nasceu em 27 de janeiro de 1756 e foi batizado, no dia seguinte, com o nome de Johannes Chrysostomus Wolfgangus Teophilus (ele sempre preferiu usar Amadeus, a forma latina de seu nome Teophilus).

Mozart legou ao mundo uma música que, em seu filme Manhattan, Woody Allen enumerou entre as poucas razões para se acreditar que a vida faz sentido.

Seu pai, Leopold nada via de impróprio na exploração do abençoado talento de seu filho e, desde setembro de 1761 — quando o apresentou em público, pela primeira vez, na Universidade de Salzburgo — o fez viajar incessantemente, sem se preocupar com o efeito sobre a saúde e o desenvolvimento psicológico de um menino de pouco mais de 6 anos.

Foram muitas as cidades alemãs, onde Wolfgang apresentou seu repertório, entre 9 de junho de 1763, quando partiram pela primeira vez, e 18 de novembro, data da chegada a Paris, grande centro musical que Leopold queria conquistar.

Ali surgiram as primeiras obras impressas, as Sonatas para violino e piano, K 6-8, quando Mozart tocou para o rei Luís XV e a nobreza. A etapa seguinte foi Londres, onde o rei George III pediu ao filósofo Daines Barrington que examinasse a criança para descobrir a causa de seu prodigioso talento.

Em 1768 — aos 12 anos — compõe em Viena sua primeira ópera bufa, La Finta Semplice, e faz representar Bastien und Bastiene. Consegue o título de maestro de concertos do arquiduque de Salzburgo e, em 1769, viaja para a Itália, onde passa dois anos percorrendo Nápoles, Milão e Roma, sempre com sucesso crescente.

De regresso a Salzburgo, onde nasceu, compõe quatro novas sinfonias e depois, em Viena, sob a influência da música de Haydn, dá forma a seu primeiro Concerto para Piano e Orquestra (1773).
Aos 16 anos já havia composto mais de 200 obras e ainda tinha tempo para o lado sentimental de sua vida. Aloysia Weber é uma jovem que conhece em Mannheim e por quem se apaixona loucamente, mas casou-se, em Viena, com sua irmã Constanze, em 1782.

O mundo teve muitos gênios precoces, mas nenhum tão impressionante quanto esse menino austríaco, cujo bicentenário de morte comemorou-se em 1991, dotado pela natureza de um dom misterioso, que fazia com que fluísse dele, instintivamente, desde a infância, música de qualidade inigualável.

Wolfgang Amadeus Mozart morreu em 5 de dezembro de 1791, em Viena, na Áustria.

VIVA! O TEATRO MUNICIPAL VOLTOU...

Após passar três anos fechado, o Teatro Municipal de São Paulo, localizado na praça Ramos, reabriu suas portas para o público, no último dia 12 de junho.

O espaço recebeu a tão merecida reforma, que pode ser notada já na fachada, de inspiração renascentista. Todo o seu entorno está limpo e sem pichações, devido à recente pintura.

As paredes do hall de entrada foram recobertas com a mesma técnica usada na época da construção do prédio, que começou em 1903 e terminou em 1911. Esse trabalho é minucioso, já que é feito à mão, com pena e esponja. O efeito é bem parecido com o mármore.

No salão nobre, você verá as pinturas no teto, do brasileiro Oscar Pereira da Silva. Perceba os detalhes folheados a ouro, os espelhos, as molduras de latão belga e os vitrais alemães, que exigiram cuidados especiais.

Um pouco de história

O local escolhido para a construção do Teatro Municipal de São Paulo era chamado Morro do Chá, que já abrigava o Novo Teatro São José, destruído por um incêndio.

Com o peso das exigências da elite paulista, o então prefeito Antônio da Silva Prado (primeiro prefeito da cidade de São Paulo, que exerceu o cargo durante 12 anos), levou o projeto de Cláudio Rossi e os desenhos de Domiziano Rossi ao Escritório Técnico de Ramos de Azevedo, que deu início às obras.

A manifestação arquitetônica é a eclética, em voga na Europa desde a segunda metade do século XIX. Isso porque são combinadas as características do Barroco do setecentos, Renascentista e Art Nouveau, o estilo da época.

A inauguração estava marcada para 11 de setembro, mas foi realizada dia 12, em função do atraso dos cenários da companhia do barítono italiano Titta Ruffo, que vinha de turnê pela Argentina.

Naquela noite, houve uma grande aglomeração de pessoas em volta do teatro, muitas admiradas pela iluminação com energia elétrica no seu interior e entorno. A abertura contou com um trecho da ópera “O Guarani”, de Antônio Carlos Gomes, por conta da pressão da crítica paulistana, que considerava necessária a exibição de uma obra brasileira.

Em seguida, aconteceu a encenação da ópera “Hamlet”, de Ambroise Thomas, com Titta Ruffo no papel principal. Sua companhia apresentou outras óperas durante a primeira temporada.

O Teatro Municipal é um dos mais importantes teatros da cidade e um dos cartões postais da capital paulista. É valorizado o seu estilo arquitetônico, semelhante aos dos mais importantes teatros do mundo, claramente inspirado na Ópera de Paris.

O espaço tem grande importância histórica, já que foi palco da Semana de Arte Moderna de 1922, o marco inicial do Modernismo no Brasil, além de ter recebido grandes celebridades como Fairuz, Maria Callas, Heitor Villa-Lobos, Cacilda Becker, Enrico Caruso, Bidu Sayão, Tito Schipa, Arturo Toscanini, Procópio Ferreira, Vivien Leigh, Márcia Haydée e os bailarinos Mikhail Baryshnikov, Anna Pavlova e Isadora Duncan, entre tantos outros.

Inicialmente, ele foi construído para atender o desejo da nata paulista da época, que queria uma cidade à altura dos grande centros culturais, assim como para promover a ópera e o concerto, hábitos trazidos pela côrte portuguesa.

Hoje, ele abriga a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, a Orquestra Experimental de Repertório, os Corais Lírico e Paulistano e o Ballet da Cidade de São Paulo.

Agora que você já sabe um pouco sobre o Teatro Municipal de São Paulo, clique neste link e veja programação completa, que vai até o final deste ano: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/theatromunicipal/programacao/index.php?p=5813

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Depois de protagonizar a peça “A Alma Boa de Setsuan”, montada no ano passado, a atriz Denise Fraga volta ao Teatro Tuca, no bairro de Perdizes, em São Paulo, para encenar “Sem Pensar”, do original “Spur of the Moment”.

Inédito no Brasil, o espetáculo estreou em 13 de maio, colecionando aplausos. Nele, Denise veste Vicky, uma mãe antes dedicada e, agora, absorta pela crise de seu casamento com Nick, vivido pelo ator Kiko Marques.

“Sem Pensar” fala sobre relações familiares, sobretudo do ponto de vista de uma pré-adolescente, chamada Delilah. A personagem toma emprestados o corpo e a voz da jovem talentosa atriz Julia Novaes, de 22 anos.

Julia diz que para viver Delilah, às vésperas de completar 13 anos, fez um retrocesso cronológico. “Eu voltei à fase de menina, meus pais também me ajudaram e, além disso, vi filmes e seriados focados nesta faixa etária. Ainda fiquei atenta às expressões corporais de garotas dessa idade, por onde eu passava”, revela.

Mola propulsora de todo o percurso da obra, a garota apaixona-se por Daniel (Kauê Telloli), um rapaz de 21 anos, e coloca em prática seus sentimentos e, claro, oferece grande energia para o movimento da trama.

A história discute moral, traição, infidelidade, amizade e crises em relacionamentos românticos e amigáveis. As junções das personagens, interpretações, texto, cenário, luz, trilha sonora e direção resultam em um espetáculo dinâmico e bem integrado.

Apesar de definido pela autora, de 17 anos, Anya Reiss, como drama, o texto aqui é encenado com muita graça. Provavelmente por conta do humor peculiar da consagrada Denise Fraga.

A atriz transita confiante pelo palco, dominando as expressões e falas de sua personagem, como se estive em sua própria casa. Nesta montagem, brilha também Julia Novaes, que sustenta com tranqüilidade as peripécias de Delilah.

A garota sonha com seu primeiro caso de amor, tendo Daniel como objeto. Ele aluga um quarto em sua casa, já que Nick, o pai da mocinha, está desempregado.

Imersos a constantes brigas, Vicky e Nick não percebem o que acontece com a filha pré-adolescente, a voltas de suas descobertas, envolvendo a sexualidade. O conflito aumenta com a visita de Carol (Virgínia Buckowski), namorada de Daniel. Está formado um vaudeville dramático e cômico ao mesmo tempo.

“Quando vimos Sem Pensar em Londres saímos do teatro em alvoroço. Entre risos, silêncios e reações verbais da plateia, o texto da jovem inglesa Anya Reiss era mesmo de tirar o fôlego e fazia juz a tudo que a imprensa londrina andava falando sobre ele”, conta o diretor e marido de Denise Luiz Villaça.

Para ele, “o ritmo de sua escrita cria uma cadência alucinada para questões absolutamente reconhecíveis do dia a dia familiar, nos fazendo ver o quanto risíveis e absurdos podemos ser em nossa cegueira cotidiana”.

Denise diz que não detecta o que lhe cativou na peça. “Não sei exatamente, mas fascinação pela comédia dramática. Acho que quando o teatro nos faz rir de nossas emoções e paixões, nos ajuda a compreendê-las melhor”.

“Saímos da apresentação pensando em como somos ridículos, como poderíamos resolver melhor as charadas que a vida nos propõe. Divertir para fazer refletir, eis o que me encanta como atriz”, completa ela.

O elenco se completa com mais três jovens iniciantes que participaram de workshops e intensa preparação. Elas são as amigas de Delilah e apimentam os conflitos no “sobe e desce” de um cenário que alude a um sobrado. Ana G é interpretada por Isabel Wolfenson, Natalia por Verônica Sarno e Ana M é Paula Ravache.

Serviço
“Sem Pensar”
Teatro Tuca (672 lugares), 100 minutos, 10 anos
Rua Monte Alegre, 1024 – Perdizes
Vendas pelo www.ingressorapido.com.br e telefone: 4003.1212
Bilheteria: terças a quintas das 14h às 20h; sexta a domingo das 14h até o início do espetáculo.
Aceita dinheiro e cartões de débito. Cartões de crédito somente por telefone ou internet.
Estacionamento – Rua Monte Alegre, 835
Sexta e Sábado, às 21h30. Domingo, às 19h.
Sexta, R$ 40 – Sábado, R$ 60 – Domingo, R$ 40
Estudante paga meia-entrada em todas as sessões.

De 13 de maio a 31 de julho.

Ficha Técnica
Texto: Anya Reiss
Tradução: Rodrigo Haddad
Direção Geral: Luiz Villaça

Elenco
Vicky – Denise Fraga
Nick – Kiko Marques
Delilah – Julia Novaes
Daniel – Kauê Telloli
Carol – Ana Cândida
Ana G – Isabel Wolfenson
Natalia – Verônica Sarno
Ana M – Paula Ravache

Assistente de Direção: Maristela Chelala
Cenografia: Valdy Lopes Jn
Figurinos: Cássio Brasil
Iluminação: Lito Mendes da Rocha
Trilha Sonora: Théo Werneck
Visagismo: Simone Batata
Direção de Produção: José Maria
Produção e Realização: Nia Teatro

quarta-feira, 1 de junho de 2011

CCBB SÃO PAULO TRAZ ODETE LARA E HITCHCOCK

O CCBB (Centro Cultural do Banco do Brasil São Paulo), neste mês de junho, oferece, entre outras, duas ótimas oportunidades. A primeira diz respeito ao cinema nacional e traz 16 filmes da atriz consagrada Odete Lara.

Ela é ícone do cinema nacional. Atuou em 32 filmes realizados por diretores renomados como Glauber Rocha, Anselmo Duarte, Nelson Pereira dos Santos, Walter Hugo Khouri e Bruno Barreto, entre outros.


Reclusa das telonas, há quase 35 anos, essa grande estrela do cinema nacional das décadas de 1960 e 1970 já foi definida pela crítica como “a face do cinema brasileiro”.


Se você não conhece o trabalho de Odete Lara, aproveite a oportunidade. Se já conhece, eis a hora de recordá-lo. Entre os títulos que serão exibidos, até o dia 12 de junho, no CCBB, estão os clássicos “Boca de Ouro”, “Copacabana me Engana, “Bonitinha, mas Ordinária” e “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro”.


Serviço:
Odete Lara
De 1 a 12 de junho
Quarta a domingo, consulte a programação
Rua Álvares Penteado, 151
Entrada: R$ 4,00 e R$ 2,00 (meia-entrada) Clientes BB, estudantes, professores
da rede pública e maiores de 60 anos pagam meia-entrada.
É indispensável a apresentação de documento que comprove o
direito à meia-entrada.
Bilheteria de terça a domingo, das 10 às 20h
Tels.: 11 – 3113-3651/ 52

Programação:
http://www.bb.com.br/portalbb/page512,128,10163,1,0,1,1.bb?codigoNoticia=29664

Consulte, abaixo, as sinopses dos filmes a serem apresentados:
http://www.odetelaraatrizdecinema.com.br/fichas-tecnicas.html

Hitchcock

A outra homenagem pertinente à sétima arte vai para o mestre do suspense, Alfred Hitchcock. Seus fãs, admiradores ou interessados poderão assistir a uma retrospectiva completa, entre os dias 15 de junho a 24 de julho.

O conteúdo é extenso e promete um grande número de informação sobre o cineasta. A agenda reúne 54 longas, dois curtas e dois filmes complementares, além de todos os trabalhos que ele fez para a televisão, somando 127 episódios em séries de suspense.

A mostra também oferece ao público um curso de 12 aulas, masterclass, debate e exibição de filme mudo com sonorização ao vivo.

Serviço:
Alfred Hitchcock
De 15 de junho a 24 de julho
Quarta a domingo, veja programação
Rua Álvares Penteado, 151
R$ 4,00 e R$ 2,00 (meia-entrada) Clientes BB, estudantes, professores
da rede pública e maiores de 60 anos pagam meia-entrada.
É indispensável a apresentação de documento que comprove o
direito à meia-entrada.
Bilheteria de terça a domingo, das 10 às 20h
Tels: 11 – 3113-3651/ 52

Programação:
http://www.bb.com.br/portalbb/page512,128,10163,1,0,1,1.bb?codigoNoticia=29651

Portanto, esses são apenas dois destaques da agenda do CCBB SP do mês junho. Porém, você pode acessar o link http://www.bb.com.br/portalbb/page508,128,10168,0,0,1,1.bb?&codigoMenu=9904 e ficar por dentro de toda a programação.

Bom divertimento e muito grata pelo acesso!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

"Terra Provisória" leva Rilke ao Sesc Consolação

Você tem apenas quatro dias para entrar em contato com parte da riquíssima obra do poeta Rainer Maria Rilke. Nascido em Praga, em 4 de dezembro de 1875, ele é considerado um dos mais importantes poetas modernos da literatura em língua alemã. Sua obra é considerada inovadora, com incomparável estilo lírico.

Portanto, aproveite e organize a sua agenda entre os dias 30 e 31 de maio e 06 e 07 de junho, já que após essas apresentações os atores Mariana Rattes e Victor Placa encerrarão o espetáculo “Terra Provisória”, apresentado no Sesc Consolação.

A peça faz parte do projeto Primeiro Sinal, do Sesc (Serviço Social do Comércio), que abre espaço para primeiras produções de artistas em suas diversas formas de manifestações.

“Terra Provisória” apresenta um rico texto, tendo como origem uma minuciosa seleção do universo poético de Rilke. A montagem, criada pelo Grupo Cirandas, está bem representada pelos jovens atores Mariana e Victor, que exibem voz, expressão corporal e intimidade com o palco à altura da obra.

É o primeiro trabalho do grupo, que teve como base as obras: “Cartas a um jovem poeta”, “Elegias de Duíno”, “Cartas do poeta sobre a vida”, “Cadernos de Malte Laurids Brigge” e sua biografia.

“A partir desses estudos, nos apropriamos daquilo que poderia ser extrato para essa criação. Pegamos o discurso de Rilke sobre a vida e elucidações sobre convenções sociais estabelecidas”, conta os atores.

Eles contam que o processo de construção do espetáculo exigiu um mergulho no universo de Rilke, não somente com as leituras como também por meio de workshops, partituras e instalações, considerando, inclusive suas histórias de vidas.

“Esses materiais foram organizados em compêndios e a partir deles criamos roteiros de improvisação e a dramaturgia, que é escrita por nós mesmos, após as improvisações cênicas”.

O cenário é composto por um chão cercado de farinha, apenas. Nele os atores dançam, desenham e se locomovem de maneira criativa e espontânea. Ora crianças ora adultos, eles vão conquistando a plateia com graça e interação.

A cada gesto e fala, constrói-se um mundo lúdico que, ao mesmo tempo, possui forte identificação com sentimentos e situações reais, experenciadas pela humanidade.

Outro aspecto é a sutileza com que os personagens apresentam a maneira diferenciada do poeta enxergar a natureza humana e a efemeridade de sua existência, lançando-nos a um vazio fértil e reflexivo.

Fragmentada, a história aborda a infância, a solidão, o amor e a morte. Apresentada no formato teatro dançado é notável a sincronicidade entre gestos, movimentos e palavras.

Você pode assistir à peça no Espaço Beta, do Sesc Consolação. No formato arena, ele está localizado no terceiro andar, porém, antes, vá ao primeiro piso e compre seus ingressos. Abaixo o link para o Portal, bom espetáculo!

http://www.sescsp.org.br/sesc/programa_new/mostra_detalhe.cfm?programacao_id=193643

Serviço
“Terra Provisória”, 50 min., 14 anos
Sesc Consolação
Rua Dr. Vila Nova, 245 – Consolação – 11-3234-3000, metrô Santa Cecília
Espaço Beta – 3º andar.
Dia(s) 16/05, 17/05, 23/05, 24/05, 30/05, 31/05, 06/06 e 07/06
Segundas e terças, às 21 horas



R$ 10 (inteira) - R$ 5 (usuário matriculado no Sesc e dependentes, + 60 anos, professores da rede pública de ensino e estudantes com comprovante). R$ 2,50 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no Sesc e dependentes)

Ficha técnica
Direção e concepção corporal - Fabiano Benigno
Atores-criadores - Mariana Rattes e Victor Placca
Músico e compositor - Helder da Rocha
Dramaturgia - Grupo Cirandas, inspirado em Rainer Maria Rilke
Aula de música e acess. de dramaturgia - Camilo Schaden
Figurinos - Aurea Teixeira
Iluminação - Denilson Marques e Fabiano Benigno
Projeto gráfico - Ângela Ribeiro
Audiovisual - Luís Altiere
Fotografia - Adriane Lopes

quarta-feira, 25 de maio de 2011

“Tango, Bolero e Cha Cha Cha” até julho no Frei Caneca

É único ver o ator Edwin Luisi, aos 64 anos, com tanta energia e fulgor interpretando uma “mulher”, na montagem “Tango, Bolero e Cha Cha Cha”.


Na narrativa, ele vive a transexual Lana Lee, uma artista charmosa, bonita e muito bem-humorada. O ator, continuamente em cena, comprova talento e excelente preparo físico, que permitem tão bem viver a personagem.

Cheio de trejeitos engraçados e domínio de expressões caricatas que compõem a personagem, ele arranca muitos risos da plateia.

A primeira produção desse espetáculo foi há 10 anos e rendeu a Luisi os prêmios Shell, APCA, Mambembe, Quality Brasil e Governador do Estado RJ.

O motivo para voltar ao tablado com “Tango, Bolero e Cha Cha Cha”, depois de uma década, é a comemoração dos 40 anos de sua carreira artística.

São quase duas horas correndo e pulando sobre salto quinze, usando peruca e vestido, sem perder a feminilidade e equilíbrio, um só momento.

Com direção de Bibi Ferreira, a peça estreou no último dia 1º de abril e está em cartaz no Teatro Shopping Frei Caneca até 17 de julho. Antes, passou pela capital carioca, onde permaneceu por um ano.

Lana Lee, um dia, chamou-se Daniel. Casado com Clarice (xxCris Nicolotti) e pai de Dênis (Johnny Massaro), ele resolveu sair do Brasil e viver na França, como a melhor possibilidade para assumir a sua transexualidade.

Dez anos depois de abandonar repentinamente a família, ele retorna ao lar para explicar o seu desaparecimento e apresentar o marido, Peter (Carlos Bonow), com quem vive na Europa.
Em uma sequência de mal entendidos, que constroem uma teia de divertidas situações, muito bem respaldadas pela engraçadíssima empregada Genevra (Carolina Loback), o filho e sua ex-mulher vão retirando o véu e conhecendo a nova identidade de Daniel.


“É uma comédia elegante, como eu gosto de fazer, com humor tipicamente brasileiro”, diz Edwin, que usa quatro meias nas pernas para ficarem torneadas. “E para formar uma cintura, eu uso um espartilho.

O aquariano, nascido na capital paulista, revela que já está se preparando para a aposentadoria. Mas, enquanto isso não acontece, ele também pode ser visto na novela “Rebelde”, da Rede Record.


Serviço:
Tango, Bolero e Cha Cha Cha, 95 minutos, 14 anos.
Teatro Shopping Frei Caneca (600 lugares)
Rua Frei Caneca, 569 – 6º andar – Consolação
Informações: (11) 3472-2229/ 2230
Bilheteria: Terça a domingo, das 13h às 19h. Em dias de espetáculo, até o início da apresentação.
Aceita os cartões de crédito Visa, Mastercard, Dinners e Amex. Débito: Redeshop e Visa Electron
Vendas pelo http://www.ingressorapido.com.br/ e telefone: 4003-1212
www.tangoboleroechachacha.com.br Twitter: @TangoBoleroCha
Sexta, às 21h30, sábado, às 21h, e domingo, às 18h.
Ingressos: Sexta e Domingo – R$ 70 / Sábado – R$ 80
De 1º de abril a 17 de julho de 2011.

Ficha Técnica

Texto: Eloy Araújo
Direção: Bibi Ferreira
Elenco: Edwin Luisi, Johnny Massaro, Carolina Loback, e Carlos Bonow.
Trilha Sonora: Andrea Zeni
Iluminação: Paulo Cézar Medeiros
Cenário: Frederico Reder
Figurino: Marcelo Marques

"Água para Elefantes" continua em cartaz

“Water for elephants”, na versão em português “Água para elefantes”, publicado em 2006, nos Estados Unidos, é o terceiro livro da escritora canadense Sara Gruen.

Traduzido para 44 línguas, desde então, a obra tornou-se um best seller, com mais de 4 milhões de cópias vendidas em todo o mundo.

Fenômeno do boca a boca, o sucesso impresso passou a ocupar a mira dos produtores cinematográficos Gil Netter, Erwin Stoff e Andrew Tennenbaum e, em 2010, a obra foi roteirizada e filmada.

No Brasil, a produção estreou dia 29 de abril, sete dias depois da primeira exibição estadunidense. O filme é leve, não exige grandes reflexões, porém aborda um tema que sempre atrai olhares atentos e nunca deverá sair de moda: o amor. Amor pelos animais, amor entre amigos e, claro, o amor romântico.

O figurino, criado por Jacqueline West, merece destaque. As roupas de Marlena (Reese Witherspoon, vencedora, em 2006, do Oscar de Melhor Atriz, no filme “Johnny & June”) foram inspiradas em divas dos anos 30, como Jean Harlow, Constance Bennett e Greta Garbo.

A figurinista recebeu duas indicações à estatueta. Em 2009, pelo seu trabalho no “O Curioso Caso de Benjamin Button” e pelo “Os Contos Proibidos do Marquês de Sade” (2010).

Com apenas alguns momentos tensos, como na cena em que Rosie, uma elefanta, aparentemente indomável, apanha do treinador e dono do circo, August, muito bem interpretado pelo ator Cristoph Waltz (“Bastardos Inglórios”), “Água para elefantes” é leve e cativante.

Tudo começa quando Jacob Jan­kowski (o galã teen Robert Pattinson, da série Crepúsculo), aos 23 anos, estudante de veterinária, recebe a notícia sobre a morte de seus pais, devido a um acidente de carro. Órfão, sem dinheiro e sem casa, ele deixa a faculdade, antes de prestar os exames finais, e vira, por poucos minutos, um andarilho.

Logo, ao ver um trem em movimento, o jovem pula para dentro de um vagão e, ao amanhecer, descobre que entrou no veículo férreo do circo Irmãos Benzini, o Maior Espetáculo da Terra.

Admitido para cuidar dos animais, Jacob sofre nas mãos de August, que hora é um homem gentil e encantador, ora é um empresário circense descompensado, tirano e, muitas vezes, odiado.

E é sob as lonas dos Irmãos Benzini, que o sensível aspirante a veterinário apaixona-se pela charmosa e também amante dos animais, Marlena. Ele, ainda, sente um amor profundo por Rosie, a elefanta, que se torna a salvação do picadeiro em decadência. O animal, ao contrário do título, adora uísque. Com a tromba, leva baldes e baldes da bebida a sua boca.

Com um roteiro envolvente, apesar de previsível, o suave drama “Água para elefantes” mescla tensão e diversão. A fotografia desperta interesse, principalmente, nas tomadas panorâmicas do trem em movimento.

A película traz à tona discussões sobre os maus tratos de animais e sentimentos que envolvem confiança, compaixão e amizade. Confira e depois comente aqui no blog. Que tal?

Onde está em cartaz?
Cinemark Central Plaza Shopping ; Cinemark Cidade Jardim ; Cinemark Pátio Paulista; Cinemark Shopping Iguatemi ; Playarte Bristol - Shopping Center 3



Ficha Técnica
“Água para Elefantes”, EUA, 2011, 121 min., drama, Colorido, 14 anos
Diretor: Francis Lawrence
Elenco: Robert Pattinson, Reese Witherspoon, Christoph Waltz, Mark Povinelli, Stephen Taylor, E.E. Bell
Roteiro: Richard LaGravenese , baseado na obra de Sara Gruen
Fotografia: Rodrigo Prieto
Trilha Sonora: James Newton Howard
Distribuidora: Fox Film Estúdio: Fox 2000 Pictures / Flashpoint Entertainment

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Édipo está em cartaz no Teatro Eva Herz

“Édipo” é a mais nova montagem teatral do ator e diretor Elias Andreato. Ambientada de forma simples, em um cenário formado por cadeiras, dispostas em um semicírculo, a peça, bem engendrada, valoriza a história contada por Sófocles e representada, pela primeira vez, cerca de 425 a.C.

Uma excelente oportunidade para entrar em contato, em apenas 70 minutos, com a arrebatadora história grega, referência, até hoje, não somente no mundo artístico como também no universo da psicanálise.

De forma concisa e bem estruturada oralmente, a plateia é transportada para Tebas, sem recurso visual (cenário e figurino) que remeta à época. Basta soltar a imaginação e deixar-se ser conduzido pelas fortes interpretações dos oito atores, que se incumbem dessa saborosa missão.

Eucir de Souza interpreta com propriedade e na medida certa o herói Édipo, ora com ímpeto de bom moço, ora com a força de um guerreiro. Ele transmite a essência do personagem, que dialoga paradoxalmente sobre a cegueira do homem, que não sabe quem é, e a sua grandeza, aspectos positivos da personalidade humana. É uma tradução simbólica da persistente crise identitária, que acompanha o ser humano desde a sua existência.

Outra atuação que merece destaque é a de Tânia Bondezan, viúva de Laio, mãe e esposa de Édipo. A atriz emociona ao vestir, com firmeza nos gestos e na voz, a pele de Jocasta. Ela transmite a dor da mãe e o desespero da esposa, que por força do destino mandou matar seu filho, mas se casou com o próprio.

Édipo, rei de Tebas, é o herói trágico. Apesar de não agir de forma rude e nem maléfica, puni-se de maneira dolorosa física e emocionalmente. Vítima da sorte, abdica o trono para o bem de seu país, além de deixar os filhos nas mãos de seu cunhado Creonte (Romis Ferreira).

Com adaptação e direção de Elias Andreato, que interpreta o vidente cego Tirésias, a história é revelada à plateia com roupagem enxuta, sem perder a originalidade.
Principal vetor desta versão, o texto é a grande estrela do espetáculo. Mas, sem dúvida, o elenco abarca bem a responsabilidade. Édipo pega nas mãos a rédea do enredo. Com grande força dramática, Eucir, praticamente, contracena com a luz de Wagner Freire, muito bem desenhada.

Os acordeons manuseados pelos atores Nilton Bicudo, Daniel Maia e Clóvys Torres apresentam a trilha sonora, que reverbera os acontecimentos no palco. E, mesmo quando sentados em suas cadeiras, os oito atores imprimem suas marcas de forma dinâmica.

O protagonista traz à tona temas como ética, moral e bom senso, já que ele assume a responsabilidade por todos os seus atos e vai até as últimas consequências para repará-los, mesmo sendo de certa forma inocente.

A trama tem como argumento o “Oráculo de Delfos” (espécie de adivinho da antiguidade), responsável pela previsão de que o filho de Laio e Jocasta mataria o pai e se casaria com a mãe.

Para evitar esse catastrófico destino, Jocasta entrega a criança para um servo de Laio (Daniel Maia), ordenando a sua morte. No entanto, sem coragem para matar o bebê, ele dá o recém-nascido a um pastor (Clóvys Torres), que por sua vez o entrega para a adoção pelo rei de Corinto.

Já adulto, Édipo (aquela criança) fica sabendo de tal maldição e, para não matar os seus pais, foge para Tebas. O resto da narrativa você pode saber no teatro Eva Herz, todas as terças, às 21 horas. Bom espetáculo!

Serviço


Édipo, 70 minutos, 14 anos
Teatro Eva Herz (166 lugares),
Avenida Paulista, 2073 – Livraria Cultura - Conjunto Nacional
Terças, 21h; de 03 de maio a 21 de junho
R$ 40 (meia entrada, R$ 20)
Informações: (11) 3170-4059 - www.teatroevaherz.com.br
Bilheteria: Terça a sábado, das 14h às 21h. Domingo, das 12h às 19h. Feriado, sujeito à alteração. Aceita todos os cartões de crédito. Não aceita cheque.
Vendas pelo www.ingresso.com e telefone: 4003-2330

Ficha Técnica
Autor: Sófocles
Adaptação e Direção: Elias Andreato
Assistente de Direção: André Acioli
Elenco: Eucir ee Souza – Édipo, Tânia Bondezan – Jocasta; Romis Ferreira – Creonte; Nilton Bicudo – Corifeu – Narrador e Músico; Daniel Maia – Estrangeiro; Clóvys Torres – Pastor; Elias Andreato - Tirésias
Música Composta: Daniel Maia
Desenho de Luz: Wagner Freire
Programação Visual: Elifas Andreato
Fotos: Águeda Amaral
Direção de Produção: Marlene Salgado

quarta-feira, 11 de maio de 2011

ENTRE NO MUNDO MÁGICO DE ESCHER

Você já ouviu falar em Maurits Cornelis Escher, ou simplesmente Escher? Ele nasceu em 1898, em Leeuwaden, na Holanda, e morreu no mesmo país, em 1972. É considerado um dos mais importantes artistas gráficos que já existiu.

Ele ficou famoso mundialmente por criar xilogravuras, litografias e meios-tons, que representam construções impossíveis. Uma de suas principais contribuições está na sua capacidade de gerar imagens com efeitos de ilusões de óptica.

O artista foi um gênio da imaginação lúdica e um artesão habilidoso nas artes gráficas, porém a chave para muitos dos seus efeitos surpreendentes é a matemática, utilizada de uma forma intuitiva.

Se tudo isso para você parece distante, chegou a hora de conhecer o universo bidimensional de Escher, que encantou e continua encantando pessoas por onde passa. A exposição “O Mundo Mágico de Escher” está em São Paulo. Precisamente no CCBB-SP (Centro Cultural do Banco do Brasil), desde o dia 19 de abril. E o melhor, o acesso é gratuito.

Mais do que uma exposição, o conjunto de obras e atrações pode ser considerado um evento. Os três andares do prédio, além do térreo e do subsolo, contam com exibições na sala de cinema, quadros, instalações e salas interativas. Imperdível!

Escadas e degraus que sobem e descem, no sentido tradicional ou contrário a ele. Planos que desafiam o nosso olhar há décadas e muitos jogos de espelhos compreendem sua arte lúdica.

“O Mundo Mágico de Escher”, que comemora os 10 anos de atuação do CCBB-SP, é a segunda maior mostra do artista holandês já realizada no País. Conforme a assessoria de imprensa do local, são 94 obras, entre gravuras originais e desenhos, incluindo todos os trabalhos mais conhecidos e suas criações mais enigmáticas.

A exposição apresenta, de forma analítica, o desenvolvimento de processos criativos, que compreendem uma carreira de mais de 50 anos.

Depois de bater os recordes de visitação nos CCBBs de Brasília e Rio de Janeiro, os quais somaram mais de 800 mil pessoas, o evento já comprova o seu sucesso em São Paulo. Neste final de semana (7 e 8 de maio), as filas eram notáveis até mesmo fora do edifício. Se puder, vá entre segunda e sexta.

Projeções em 3D
O visitante experimenta a sensação de penetrar nas obras de Escher. Quem quiser pode se aventurar a compreender como o artista conseguia subverter o plano. Múltiplas sensações… Sessões de 10 minutos, a partir das 9 horas.

Interatividade
Durante a “viagem” é possível entrar em uma das obras de Escher e desvendar algumas de suas técnicas. Você verá também o quebra-cabeça gigante, o qual trabalha a cor branca e a preta, traço característico e marcante do gravurista. A Sala do Periscópio tem o poço infinito e na Sala do Impossível você vai encontrar uma das janelas que mostra tudo em ordem, enquanto na outra, os objetos estão em desordem.

SERVIÇO
Centro Cultural do Banco do Brasil – SP
Rua Álvares Penteado, 112 – Centro
Metrô Praça da Sé ou São João
Tel.: 11-3113-3651/3652
Data: 19 de abril a 17 de julho de 2011
Horário: Terça a domingo, das 9h às 20h
Local: Subsolo, térreo, 1º, 2º e 3º andares
Classificação indicativa: Livre
Visita mediada: das 9h às 19h
Entrada Franca

Um pouco mais…
Aos 13 anos, Escher ingressou numa escola secundária em Arheim, sendo reprovado duas vezes pelos professores. Em 1919, ele foi para Haalem, com intuito de estudar na Escola de Arquitetura e Artes Decorativas, porém o seu estudo de arquitetura não durou muito tempo.

Samuel Jesserun de Mesquita, um professor que ensinava técnicas de gravura artística, verificou o talento do aluno e o convenceu a mudar para o curso de Artes Decorativas.

Escher manteve-se em contato com seu professor até princípios de 1944, quando Mesquita, juntamente com sua mulher e o filho, foi preso e assassinado pelos alemães nos campos de concentração.

Durante a sua estadia na Itália, no período de 1922 a 1935, Escher desenvolveu suas primeiras xilogravuras das paisagens pitorescas da Itália. Casou-se com a jovem Jetta Umiker, com quem teve três filhos.

Em 1937, a família mudou-se para Ukkel, na Bélgica. Quando a guerra começou, tornou-se psicologicamente difícil viver no país para alguém de origem holandesa, pois crescia um ressentimento contra os estrangeiros, acusados de desgastarem as provisões alimentícias.

Em janeiro de 1941, Escher mudou-se para Beern, na Holanda, onde teve sossego para desenvolver seus trabalhos mais ricos. Em 1962 submeteu a uma grave cirurgia, em decorrência de uma doença, daí em diante produziu poucas obras.

Em 1970, mudou-se para a Casa-de-Rosa-Spier, em Laren, uma instituição, onde os artistas idosos podiam ter os seus próprios estúdios e receberem cuidados clínicos. Ali, faleceu em 27 de março de 1972.