terça-feira, 28 de junho de 2011

VIVA! O TEATRO MUNICIPAL VOLTOU...

Após passar três anos fechado, o Teatro Municipal de São Paulo, localizado na praça Ramos, reabriu suas portas para o público, no último dia 12 de junho.

O espaço recebeu a tão merecida reforma, que pode ser notada já na fachada, de inspiração renascentista. Todo o seu entorno está limpo e sem pichações, devido à recente pintura.

As paredes do hall de entrada foram recobertas com a mesma técnica usada na época da construção do prédio, que começou em 1903 e terminou em 1911. Esse trabalho é minucioso, já que é feito à mão, com pena e esponja. O efeito é bem parecido com o mármore.

No salão nobre, você verá as pinturas no teto, do brasileiro Oscar Pereira da Silva. Perceba os detalhes folheados a ouro, os espelhos, as molduras de latão belga e os vitrais alemães, que exigiram cuidados especiais.

Um pouco de história

O local escolhido para a construção do Teatro Municipal de São Paulo era chamado Morro do Chá, que já abrigava o Novo Teatro São José, destruído por um incêndio.

Com o peso das exigências da elite paulista, o então prefeito Antônio da Silva Prado (primeiro prefeito da cidade de São Paulo, que exerceu o cargo durante 12 anos), levou o projeto de Cláudio Rossi e os desenhos de Domiziano Rossi ao Escritório Técnico de Ramos de Azevedo, que deu início às obras.

A manifestação arquitetônica é a eclética, em voga na Europa desde a segunda metade do século XIX. Isso porque são combinadas as características do Barroco do setecentos, Renascentista e Art Nouveau, o estilo da época.

A inauguração estava marcada para 11 de setembro, mas foi realizada dia 12, em função do atraso dos cenários da companhia do barítono italiano Titta Ruffo, que vinha de turnê pela Argentina.

Naquela noite, houve uma grande aglomeração de pessoas em volta do teatro, muitas admiradas pela iluminação com energia elétrica no seu interior e entorno. A abertura contou com um trecho da ópera “O Guarani”, de Antônio Carlos Gomes, por conta da pressão da crítica paulistana, que considerava necessária a exibição de uma obra brasileira.

Em seguida, aconteceu a encenação da ópera “Hamlet”, de Ambroise Thomas, com Titta Ruffo no papel principal. Sua companhia apresentou outras óperas durante a primeira temporada.

O Teatro Municipal é um dos mais importantes teatros da cidade e um dos cartões postais da capital paulista. É valorizado o seu estilo arquitetônico, semelhante aos dos mais importantes teatros do mundo, claramente inspirado na Ópera de Paris.

O espaço tem grande importância histórica, já que foi palco da Semana de Arte Moderna de 1922, o marco inicial do Modernismo no Brasil, além de ter recebido grandes celebridades como Fairuz, Maria Callas, Heitor Villa-Lobos, Cacilda Becker, Enrico Caruso, Bidu Sayão, Tito Schipa, Arturo Toscanini, Procópio Ferreira, Vivien Leigh, Márcia Haydée e os bailarinos Mikhail Baryshnikov, Anna Pavlova e Isadora Duncan, entre tantos outros.

Inicialmente, ele foi construído para atender o desejo da nata paulista da época, que queria uma cidade à altura dos grande centros culturais, assim como para promover a ópera e o concerto, hábitos trazidos pela côrte portuguesa.

Hoje, ele abriga a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, a Orquestra Experimental de Repertório, os Corais Lírico e Paulistano e o Ballet da Cidade de São Paulo.

Agora que você já sabe um pouco sobre o Teatro Municipal de São Paulo, clique neste link e veja programação completa, que vai até o final deste ano: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/theatromunicipal/programacao/index.php?p=5813

Nenhum comentário: