“Édipo” é a mais nova montagem teatral do ator e diretor Elias Andreato. Ambientada de forma simples, em um cenário formado por cadeiras, dispostas em um semicírculo, a peça, bem engendrada, valoriza a história contada por Sófocles e representada, pela primeira vez, cerca de 425 a.C.
Uma excelente oportunidade para entrar em contato, em apenas 70 minutos, com a arrebatadora história grega, referência, até hoje, não somente no mundo artístico como também no universo da psicanálise.
De forma concisa e bem estruturada oralmente, a plateia é transportada para Tebas, sem recurso visual (cenário e figurino) que remeta à época. Basta soltar a imaginação e deixar-se ser conduzido pelas fortes interpretações dos oito atores, que se incumbem dessa saborosa missão.
Eucir de Souza interpreta com propriedade e na medida certa o herói Édipo, ora com ímpeto de bom moço, ora com a força de um guerreiro. Ele transmite a essência do personagem, que dialoga paradoxalmente sobre a cegueira do homem, que não sabe quem é, e a sua grandeza, aspectos positivos da personalidade humana. É uma tradução simbólica da persistente crise identitária, que acompanha o ser humano desde a sua existência.
Outra atuação que merece destaque é a de Tânia Bondezan, viúva de Laio, mãe e esposa de Édipo. A atriz emociona ao vestir, com firmeza nos gestos e na voz, a pele de Jocasta. Ela transmite a dor da mãe e o desespero da esposa, que por força do destino mandou matar seu filho, mas se casou com o próprio.
Édipo, rei de Tebas, é o herói trágico. Apesar de não agir de forma rude e nem maléfica, puni-se de maneira dolorosa física e emocionalmente. Vítima da sorte, abdica o trono para o bem de seu país, além de deixar os filhos nas mãos de seu cunhado Creonte (Romis Ferreira).
Com adaptação e direção de Elias Andreato, que interpreta o vidente cego Tirésias, a história é revelada à plateia com roupagem enxuta, sem perder a originalidade.
Principal vetor desta versão, o texto é a grande estrela do espetáculo. Mas, sem dúvida, o elenco abarca bem a responsabilidade. Édipo pega nas mãos a rédea do enredo. Com grande força dramática, Eucir, praticamente, contracena com a luz de Wagner Freire, muito bem desenhada.
Os acordeons manuseados pelos atores Nilton Bicudo, Daniel Maia e Clóvys Torres apresentam a trilha sonora, que reverbera os acontecimentos no palco. E, mesmo quando sentados em suas cadeiras, os oito atores imprimem suas marcas de forma dinâmica.
O protagonista traz à tona temas como ética, moral e bom senso, já que ele assume a responsabilidade por todos os seus atos e vai até as últimas consequências para repará-los, mesmo sendo de certa forma inocente.
A trama tem como argumento o “Oráculo de Delfos” (espécie de adivinho da antiguidade), responsável pela previsão de que o filho de Laio e Jocasta mataria o pai e se casaria com a mãe.
Para evitar esse catastrófico destino, Jocasta entrega a criança para um servo de Laio (Daniel Maia), ordenando a sua morte. No entanto, sem coragem para matar o bebê, ele dá o recém-nascido a um pastor (Clóvys Torres), que por sua vez o entrega para a adoção pelo rei de Corinto.
Já adulto, Édipo (aquela criança) fica sabendo de tal maldição e, para não matar os seus pais, foge para Tebas. O resto da narrativa você pode saber no teatro Eva Herz, todas as terças, às 21 horas. Bom espetáculo!
Serviço
Édipo, 70 minutos, 14 anosUma excelente oportunidade para entrar em contato, em apenas 70 minutos, com a arrebatadora história grega, referência, até hoje, não somente no mundo artístico como também no universo da psicanálise.
De forma concisa e bem estruturada oralmente, a plateia é transportada para Tebas, sem recurso visual (cenário e figurino) que remeta à época. Basta soltar a imaginação e deixar-se ser conduzido pelas fortes interpretações dos oito atores, que se incumbem dessa saborosa missão.
Eucir de Souza interpreta com propriedade e na medida certa o herói Édipo, ora com ímpeto de bom moço, ora com a força de um guerreiro. Ele transmite a essência do personagem, que dialoga paradoxalmente sobre a cegueira do homem, que não sabe quem é, e a sua grandeza, aspectos positivos da personalidade humana. É uma tradução simbólica da persistente crise identitária, que acompanha o ser humano desde a sua existência.
Outra atuação que merece destaque é a de Tânia Bondezan, viúva de Laio, mãe e esposa de Édipo. A atriz emociona ao vestir, com firmeza nos gestos e na voz, a pele de Jocasta. Ela transmite a dor da mãe e o desespero da esposa, que por força do destino mandou matar seu filho, mas se casou com o próprio.
Édipo, rei de Tebas, é o herói trágico. Apesar de não agir de forma rude e nem maléfica, puni-se de maneira dolorosa física e emocionalmente. Vítima da sorte, abdica o trono para o bem de seu país, além de deixar os filhos nas mãos de seu cunhado Creonte (Romis Ferreira).
Com adaptação e direção de Elias Andreato, que interpreta o vidente cego Tirésias, a história é revelada à plateia com roupagem enxuta, sem perder a originalidade.
Principal vetor desta versão, o texto é a grande estrela do espetáculo. Mas, sem dúvida, o elenco abarca bem a responsabilidade. Édipo pega nas mãos a rédea do enredo. Com grande força dramática, Eucir, praticamente, contracena com a luz de Wagner Freire, muito bem desenhada.
Os acordeons manuseados pelos atores Nilton Bicudo, Daniel Maia e Clóvys Torres apresentam a trilha sonora, que reverbera os acontecimentos no palco. E, mesmo quando sentados em suas cadeiras, os oito atores imprimem suas marcas de forma dinâmica.
O protagonista traz à tona temas como ética, moral e bom senso, já que ele assume a responsabilidade por todos os seus atos e vai até as últimas consequências para repará-los, mesmo sendo de certa forma inocente.
A trama tem como argumento o “Oráculo de Delfos” (espécie de adivinho da antiguidade), responsável pela previsão de que o filho de Laio e Jocasta mataria o pai e se casaria com a mãe.
Para evitar esse catastrófico destino, Jocasta entrega a criança para um servo de Laio (Daniel Maia), ordenando a sua morte. No entanto, sem coragem para matar o bebê, ele dá o recém-nascido a um pastor (Clóvys Torres), que por sua vez o entrega para a adoção pelo rei de Corinto.
Já adulto, Édipo (aquela criança) fica sabendo de tal maldição e, para não matar os seus pais, foge para Tebas. O resto da narrativa você pode saber no teatro Eva Herz, todas as terças, às 21 horas. Bom espetáculo!
Serviço
Teatro Eva Herz (166 lugares),
Avenida Paulista, 2073 – Livraria Cultura - Conjunto Nacional
Terças, 21h; de 03 de maio a 21 de junho
R$ 40 (meia entrada, R$ 20)
Informações: (11) 3170-4059 - www.teatroevaherz.com.br
Bilheteria: Terça a sábado, das 14h às 21h. Domingo, das 12h às 19h. Feriado, sujeito à alteração. Aceita todos os cartões de crédito. Não aceita cheque.
Vendas pelo www.ingresso.com e telefone: 4003-2330
Ficha Técnica
Autor: Sófocles
Adaptação e Direção: Elias Andreato
Assistente de Direção: André Acioli
Elenco: Eucir ee Souza – Édipo, Tânia Bondezan – Jocasta; Romis Ferreira – Creonte; Nilton Bicudo – Corifeu – Narrador e Músico; Daniel Maia – Estrangeiro; Clóvys Torres – Pastor; Elias Andreato - Tirésias
Música Composta: Daniel Maia
Desenho de Luz: Wagner Freire
Programação Visual: Elifas Andreato
Fotos: Águeda Amaral
Direção de Produção: Marlene Salgado
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