A comédia Mulheres Alteradas, que estreou no último dia 16 de julho, está lotando o Teatro Procópio Ferreira. Se você pretende assistir ao espetáculo vale um aviso: compre o ingresso antes na bilheteria, por telefone ou via internet!
O diretor Eduardo Figueiredo, em entrevista ao Blog Retete, disse que a intenção era apenas divertir a plateia. E ele conseguiu: a diversão é garantida e os paulistanos parecem querer mesmo dar boas risadas, a julgar pelo sucesso de público desde sua estreia.
Outro motivo é ver no palco as atrizes Luiza Tomé, Mel Lisboa e Daniele Valente. Elas estão bem sincronizadas, com a velocidade que o texto requer e fala precisa, tal qual a linguagem em HQ.
O diretor Eduardo Figueiredo, em entrevista ao Blog Retete, disse que a intenção era apenas divertir a plateia. E ele conseguiu: a diversão é garantida e os paulistanos parecem querer mesmo dar boas risadas, a julgar pelo sucesso de público desde sua estreia.
Outro motivo é ver no palco as atrizes Luiza Tomé, Mel Lisboa e Daniele Valente. Elas estão bem sincronizadas, com a velocidade que o texto requer e fala precisa, tal qual a linguagem em HQ.
As encenações são fragmentadas, eu diria "tiras teatrais" bem recortadas e engendradas! Sim, a peça é uma adaptação de cinco livros da quadrinista argentina de sucesso Maitena.
As três dividem o palco com o ator André Bankoff, que por ser o seu primeiro papel no teatro, está conquistando o público com sua atuação descontraída e bem divertida, além de suas expressões faciais impagáveis. Destaco dois momentos: cenas da chicotada e do velório!
Vale também um destaque para a atriz Daniele Valente, que interpreta várias personagens com grande poder de convencimento. Isso, sem falar de sua veia naturalmente cômica. Ela está ótima!
Nas tiras de Maitena, as figuras femininas, em geral, não possuem nomes. Elas espelham características de uma mulher universal, cujos assuntos preferidos são corpo, moda, homens, amores, família, filhos, trabalho.
Porém, na adaptação brasileira, as personagens ganham nomes e personalidades. Lisa (Mel Lisboa) é separada do marido, mãe de um único filho, inteligente, com preocupações fúteis, mas dá uma lição nas (mulheres) mais neuróticas, quando descobre um nódulo em um dos seios. Neste trabalho, Mel Lisboa mais uma vez mostra outra face do seu talento!
Alice (Daniele Valente) é uma mulher solteira, vive no “mundo da lua”, mas de vez em quando solta umas boas verdades. Não mede esforços para encontrar o seu grande amor e vive se decepcionando, no entanto, sempre dá a volta por cima.
Por última, Norma (Luiza Tomé, que volta ao teatro depois de 12 anos) é uma executiva pragmática, casada, com dois filhos e se depara com uma terceira gravidez. O melhor momento da atriz é quando canta "Minha Culpa", acompanhada pelo piano. Muito boa a cena!
Já André incorpora vários personagens masculinos. Estes sim sem nomes, mas repletos de identidades masculinas, os quais certamente aludem a tipos de homens brasileiros. A comparação entre o príncipe e um cidadão comum é hilária!
Se até agora, para você, o espetáculo não trouxe estímulo. Prepare-se! A “Banda Alteradas”: um trio feminino que executa canções instrumentais, ao vivo, compostas para a montagem, dá um show a parte. É muito boa! O som, por várias vezes, remete às onomatopeias dos quadrinhos e no tempo certo de cada encenação. Repare!
A coreografia foi criada por Henrique Rodovalho, fundador da Quasar Cia. de Dança e a criativa direção musical é da pianista da banda, Elaine Giacomelli.
O texto é de Andrea Maltarolli, autora da novela “Beleza Pura”, da TV Globo, falecida no ano passado, devido a um câncer. Ela teve a colaboração de Bernardo Jablonski. Mulheres Alteradas foi a sua última obra completa.
Maitena negou a venda dos direitos de sua obra ao cineasta Pedro Almodóvar. A chargista e cartunista também não concedeu os direitos a produtores de cinema do México e dos Estados Unidos, segundo a produção da peça.
E se esses motivos ainda não justificam o sucesso, talvez ele esteja acontecendo porque a montagem mapeia de forma, aparentemente, descomprometida o discurso sobre a feminilidade presente no mundo contemporâneo.
Ou seja, mulheres, assoladas por cobranças e demandas desgastantes. Às vezes, quase impossíveis de atender simultaneamente: trabalhar o dia todo, dentro de casa idem (e de forma exemplar!), serem mães maravilhosas, amantes insuperáveis e manter as boas formas física, estética e psicológica.
Isso, sem contar com a necessidade de ostentar uma vida emocional serena, equilibrada, a toda prova. Impossível, não é? Mulheres não são assim. Como diz Maitena: “aquela que até ontem esperava dormindo, compra uma cinta liga; a executiva que administrava uma empresa quer viver em um camping; aquela que cuidava da sogra como sua própria mãe interna as duas em asilo; a magra vira uma vaca de gorda e a gorda perde vinte quilos”. Divirta-se!
MULHERES ALTERADAS
Teatro Procópio Ferreira, 80 min., 12 anos, 670 lugares.
Rua Augusta, 2.823 - Cerqueira César - 3083-4475
Sexta e sábado, às 21h30. Domingo, às 19h
Sexta, R$ 50 – Sábado, R$ 70 – Domingo, R$ 60
Vendas: http://www.ingressorapido.com.br/ e tel.: 4003-1212.
Bilheteria: de terça à quinta, das 14h às 19h; de sexta a domingo, das 14h até o início do espetáculo. Acesso a deficientes físicos, ar condicionado e entrega de ingressos a domicílio.
Estacionamento conveniado na Rua Augusta, 2.673 - R$ 10,00 (período de 4 horas. Retirada de selo do estacionamento na bilheteria).
De 16 de julho a 03 de outubro
As três dividem o palco com o ator André Bankoff, que por ser o seu primeiro papel no teatro, está conquistando o público com sua atuação descontraída e bem divertida, além de suas expressões faciais impagáveis. Destaco dois momentos: cenas da chicotada e do velório!
Vale também um destaque para a atriz Daniele Valente, que interpreta várias personagens com grande poder de convencimento. Isso, sem falar de sua veia naturalmente cômica. Ela está ótima!
Nas tiras de Maitena, as figuras femininas, em geral, não possuem nomes. Elas espelham características de uma mulher universal, cujos assuntos preferidos são corpo, moda, homens, amores, família, filhos, trabalho.
Porém, na adaptação brasileira, as personagens ganham nomes e personalidades. Lisa (Mel Lisboa) é separada do marido, mãe de um único filho, inteligente, com preocupações fúteis, mas dá uma lição nas (mulheres) mais neuróticas, quando descobre um nódulo em um dos seios. Neste trabalho, Mel Lisboa mais uma vez mostra outra face do seu talento!
Alice (Daniele Valente) é uma mulher solteira, vive no “mundo da lua”, mas de vez em quando solta umas boas verdades. Não mede esforços para encontrar o seu grande amor e vive se decepcionando, no entanto, sempre dá a volta por cima.
Por última, Norma (Luiza Tomé, que volta ao teatro depois de 12 anos) é uma executiva pragmática, casada, com dois filhos e se depara com uma terceira gravidez. O melhor momento da atriz é quando canta "Minha Culpa", acompanhada pelo piano. Muito boa a cena!
Já André incorpora vários personagens masculinos. Estes sim sem nomes, mas repletos de identidades masculinas, os quais certamente aludem a tipos de homens brasileiros. A comparação entre o príncipe e um cidadão comum é hilária!
Se até agora, para você, o espetáculo não trouxe estímulo. Prepare-se! A “Banda Alteradas”: um trio feminino que executa canções instrumentais, ao vivo, compostas para a montagem, dá um show a parte. É muito boa! O som, por várias vezes, remete às onomatopeias dos quadrinhos e no tempo certo de cada encenação. Repare!
A coreografia foi criada por Henrique Rodovalho, fundador da Quasar Cia. de Dança e a criativa direção musical é da pianista da banda, Elaine Giacomelli.
O texto é de Andrea Maltarolli, autora da novela “Beleza Pura”, da TV Globo, falecida no ano passado, devido a um câncer. Ela teve a colaboração de Bernardo Jablonski. Mulheres Alteradas foi a sua última obra completa.
Maitena negou a venda dos direitos de sua obra ao cineasta Pedro Almodóvar. A chargista e cartunista também não concedeu os direitos a produtores de cinema do México e dos Estados Unidos, segundo a produção da peça.
E se esses motivos ainda não justificam o sucesso, talvez ele esteja acontecendo porque a montagem mapeia de forma, aparentemente, descomprometida o discurso sobre a feminilidade presente no mundo contemporâneo.
Ou seja, mulheres, assoladas por cobranças e demandas desgastantes. Às vezes, quase impossíveis de atender simultaneamente: trabalhar o dia todo, dentro de casa idem (e de forma exemplar!), serem mães maravilhosas, amantes insuperáveis e manter as boas formas física, estética e psicológica.
Isso, sem contar com a necessidade de ostentar uma vida emocional serena, equilibrada, a toda prova. Impossível, não é? Mulheres não são assim. Como diz Maitena: “aquela que até ontem esperava dormindo, compra uma cinta liga; a executiva que administrava uma empresa quer viver em um camping; aquela que cuidava da sogra como sua própria mãe interna as duas em asilo; a magra vira uma vaca de gorda e a gorda perde vinte quilos”. Divirta-se!
MULHERES ALTERADAS
Teatro Procópio Ferreira, 80 min., 12 anos, 670 lugares.
Rua Augusta, 2.823 - Cerqueira César - 3083-4475
Sexta e sábado, às 21h30. Domingo, às 19h
Sexta, R$ 50 – Sábado, R$ 70 – Domingo, R$ 60
Vendas: http://www.ingressorapido.com.br/ e tel.: 4003-1212.
Bilheteria: de terça à quinta, das 14h às 19h; de sexta a domingo, das 14h até o início do espetáculo. Acesso a deficientes físicos, ar condicionado e entrega de ingressos a domicílio.
Estacionamento conveniado na Rua Augusta, 2.673 - R$ 10,00 (período de 4 horas. Retirada de selo do estacionamento na bilheteria).
De 16 de julho a 03 de outubro