terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O Último Dançarino de Mao ainda no cinema

 
Depois de receber o prêmio de melhor filme, pelo público, na 33ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, "O Último Dançarino de Mao" ainda pode ser visto na capital.

O longa-metragem é dirigido pelo australiano Bruce Beresford, cujo trabaho mais conhecido é “Conduzindo Miss Daisy”, vencedor de quatro Oscars em 1990, incluindo o de melhor filme.

Entrando na quinta semana em cartaz, o filme ainda pode ser visto no cinema. O roteiro é baseado na autobiografia do bailarino chinês Li Cunxin, com o título “Adeus China – O último bailarino de Mao”. Se você está em São Paulo nesse mês de férias, eis a sugestão!

O ator e bailarino Chi Cao interpreta Li Cunxin com primor na sua fase adulta. O próprio Li aprovou seu intérprete na tela. Cao, aliás, é filho de dois professores do personagem real na Academia de Balé de Pequim.

Criança, Li (nessa fase interpretado por Wen Bin Huang) vive com simplicidade ao lado dos pais camponeses e mais irmãos. Um dia sua aldeia é visitada por representantes do governo de Mao Tse Tung, recrutando candidatos para treinamentos artístico e atlético.


O menino é escolhido para estudar dança em Pequim, juntamente com outras crianças de sua e outras regiões. Ainda que emocionalmente divididos, os pais viam aí uma oportunidade de um futuro melhor para o filho.

Em Pequim, Li passa por treinamentos intensivos, dolorosos e, às vezes com palavras humilhantes vindas dos técnicos. A ideologia política é assimilada pelo garoto, já que por toda a parte há o enaltecimento dos valores da revolução comunista.

Uma visita do presidente Richard Nixon à China, em 1972, dá início a um processo de aproximação com os EUA. A partir daí, começa a ocorrer um intercâmbio maior entre os dois países.

Com isso, o diretor do balé de Houston, Ben Stevenson (Bruce Greenwood), impressiona-se com o talento do bailarino chinês e o convida para uma temporada no Texas.

Lá, ele descobre uma realidade inteiramente diferente da de seu país. Momento em que a ideologia americana aparece como sendo melhor do que a chinesa da época, por pregar o velho clichê de um país, onde as pessoas são livres. Nesse aspecto há caricaturas e enaltecimento desnecessário do sonho americano, como a vida ideal, o melhor dos mundos para o ser humano.


Somando a idealização de vida e lugar perfeitos a sua paixão pela bailarina Elizabeth (Amanda Schull), Li decide ficar nos EUA. Essa decisão provoca um desconforto diplomático, acarretando uma sequência de acontecimentos dramáticos, embora pouco profundos.

As cenas de dança são nitidamente bem elaboradas. A excelente reconstituição de época (China), denota a bela direção de arte. A atuação de Bruce Greenwood (“Star Trek”) também merece destaque.

A emoção fica por conta da história de superação pessoal de Li, um garoto chinês mirradinho que, na vida real, tornou-se referência mundial, como bailarino, constituindo carreira nos EUA, e que, atualmente, vive na Austrália.

FICHA TÉCNICA

"Mao’s Last dancer" (O último dançarino de Mao), drama, 117 min., 2009, Austrália, cor, 14 anos.
Diretor: Bruce Beresford
Elenco: Bruce Greenwood, Kyle MacLachlan, Joan Chen, Chi Cao, Amanda Schull, Penne Hackforth-Jones, Christopher Kirby
Produção: Jane Scott Roteiro: Jan Sardi
Fotografia: Peter James Trilha
Sonora: Christopher Gordon
Distribuidora: Califórnia Filmes

TRAILER DO FILME

SOBRE O DIRETOR

3 comentários:

ER disse...

Tudo muito por cima, mas emocionalmente tocante! Eu gostei. Até lágrimas surgiram do nada...

Rosi Gonçalves disse...

Q legal, ER! Lágrimas são ótimas. Eu fiquei emocionada no final. kissessssssssssssssss

Anônimo disse...

O único problema do filme é a exaltação "lindo, perfeito e maravilhoso" modo de vida norte-americano. Mas não devemos nos esquecer que as imagens refletem o pensamento do personagem. A moeda tem dois lados e foi mostrado no filme apenas o lado "a" da moeda. O lado "b"(hipócritamente ruim) fica por conta da nossa cultura e conhecimento de causa.