sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Direitos Humanos no Cinema

Um importante evento, realizado na cidade, completa dois anos e, segundo seus incentivadores, entre eles, o ex-ministro José Gregory e Presidente da Comissão Municipal de Direitos Humanos de São Paulo, o Entretodos Festival de Curtas-Metragens de Direitos Humanos terá um longo ciclo de vida.

O encerramento do II Festival ocorreu nesta última quarta-feira, dia 10, no Sesc Vila Mariana, com a premiação de sete categorias, envolvendo 8 filmes vencedores, dos 27 concorrentes e mais de 100 inscritos. Além do troféu alguns dos ganhadores receberam entre 7 e 8 mil reais.

O evento contou com a presença da candidata à última eleição para prefeito de São Paulo, Soninha Francine, profissionais da cinematografia brasileira e entusiastas da imagem e do som.

Uma platéia pequena, porém consciente, e pouco interesse da mídia na comemoração de 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Uma pena!

Um acontecimento como o Festival faz lembrar o quanto há diferenciados tipos de direitos humanos que, ainda, precisam ser garantidos pela sociedade brasileira, assim como outros que algumas pessoas nem imaginam que existam.

Entre os pensamentos ou revolta fica a grande importância de se valorizar a arte e a cultura, sobretudo, entendê-las. Juntas, elas também apontam para a necessidade de lutar por condições mais justas.

A área da saúde, por exemplo, a qual a cada dia enfrenta inúmeros problemas, há muito perdeu espaço na mídia para as disputadas fofocas sobre celebridades, mulheres melancias, forró estilizado e, lamentavelmente, crimes bárbaros e toda essa “lixificação” do homem.

Os filmes trouxeram à platéia, durante os dias 2 e 8 deste mês, relevantes reflexões sobre o que representam os direitos humanos, esforçando-se para desmistificarem o chavão de que o “estatuto” aplicado no Brasil defende ladrões.

Embora a arte seja um excelente veículo de forma a promover debates, discussões, reflexões sobre o verdadeiro significado desse, entre outros temas fundamentais, o Brasil, infelizmente, tem um longo caminho até, efetivamente, respeitar e reconhecer a diversidade, oferecer condições básicas de sobrevivência e defender a inclusão social, em seus variados aspectos.

Mas, não é por isso, que os direitos humanos, os quais continuam no papel por estas bandas de cá e de lá, não devem ser lembrados e relembrados como parte essencial para se alcançar mais respeito e dignidade Entre Todos.

Deixar de abordar o assunto, é entregar esse direito, e até certo ponto um dever, nas mãos das pessoas preocupadas apenas em viver em redomas gelatinosas com seus pares.

Portanto, se você tiver oportunidade de assistir a esses curtas em algum momento de sua vida, anote. Não perca a oportunidade!

Melhor Filme – “Depois do Ovo”, de Canói Ramará - PE
Melhor Diretor Estreante – André Marques, com “João e o Cão”
Melhor Roteiro – “Café com Leite”, de Daniel Ribeiro – SP
Prêmio Mochileiro e Menção Honrosa 1 – “Dia sim, dia não”, de Eveline Costa – RJ
Menção Honrosa 2 – “Dez Centavos”, de César Fernando de Oliveira – BA
Menção Honrosa 3 – “O Ano do Porco”, de Cláudia Calderón - SP
Prêmio Visão Social – “Solidário Anônimo”, de Débora Diniz
Troféu Assovio – “Menino Aranha”, de Mariana Lacerda

"Cansamos de tentar abrir um caminho pela matéria bruta. Escolhemos, agora, um outro caminho e nos lançamos, apressados, aos braços do infinito. Mergulhamos em nós mesmos e criamos um novo mundo". Frase do filósofo e cientista dinamarquês Henrik Steffens, ao descrever o movimento Romântico do século XVIII, no qual pertencia. Ele também lecionou na Alemanha e foi um grande influenciador do romantismo alemão.

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