segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Ela acordou ontem...

... e foi direto à padaria preferida, próxima de sua casa. Prazerosamente, saboreava o seu pão na chapa, com pouca manteiga, crocante e sem miolo, tomava também café com leite sem açúcar em uma xícara grande e, claro, bebia o contemplado suco de laranja com acerola e beterraba, sem açúcar.

Ainda meio sonolenta percebeu alguns olhares curiosos para uma TV de plasma, fixada no alto da parede, a sua frente.

Visualizou um skatista colocando o seu skate em uma rampa. Fitou a imagem. Ao abrir a lente, a câmera mostrou uma grande rampa, a qual se dividia em duas alturas, 22 e 27 metros.

Olhando com mais atenção percebeu que o cenário fazia parte da “Megarampa”, competição ocorrida no sambódromo do Anhembi, ontem, em São Paulo.

Parecia tão emocionante!

De personalidade vibrante, ela rapidamente sentiu vontade de presenciar aquele RÊ-TÊ-TÊ. “Tantos nomes famosos desse esporte e somente um único brasileiro conseguiu chegar à final”, pensou.

Apesar de tanta violência, corrupção, desigualdade, discriminação, despreparo da polícia e tantas outras incontáveis injustiças sociais, ela era fiel a sua pátria. Sabia admirar as belezas de seu País e de sua gente.

Por isso, ao ver o skatista sozinho em seu próprio solo, sentiu um enorme desejo de torcer por ele pessoalmente, mas receou não chegar a tempo.

Do balcão da padaria emanou boas vibrações ao bravo guerreiro Bob Burnquist. “Nome estranho para um irmão tupiniquim”, pensou.

Ela empolgou-se tanto com as apresentações e as manobras radicais em até 7 metros de altura, que as pessoas que chegavam ao local perguntavam-lhe quem estava ganhando.

Aos poucos todos se encantaram com as cenas e torciam pelo solitário rapaz. Brasil, Brasil, Brasil!
E não é que ele ganhou!

O competidor (responsável por trazer o evento ao Brasil), demonstrando muita humildade e discreta confiança, ultrapassou seus adversários. Com 178 pontos, desbancou os americanos Jake Brown e Andy Macdonald, segundo e terceiro colocados, respectivamente.

Ela saiu do estabelecimento orgulhosa da bandeira “Ordem e Progresso”. E, melhor do que isso, abriu-se para aprender mais uma lição em um momento trivial: Somos o que somos e podemos doutrinar o medo, mesmo quando pertencemos à minoria. Acreditar em si mesmo é o melhor dos prêmios!

Se Bob tivesse sido influenciado pelo comportamento do grupo, teria perdido! Parabéns garoto!

4 comentários:

Unknown disse...

É amiga, o dom de escrever pertence a poucos!!!
Lindo o seu texto!
Mande para ele, com certeza ele vai se sentir honrado com suas palavras!!!
Beijos

Anônimo disse...

Olhaaa q tudooooo Rosi Gonçalves eh cultura...tah meuuu bemmm

Anônimo disse...

Adorei... E o melhor é descobrir onde ela foi parar ontem ! hahahahaha. Sumiu a racha!
Beijos... o BLOG ta cada dia melhor!

Unknown disse...

Amiga, amei o texto! Concordo que vc deveria enviar ao "guerreiro". Muito bom amiga! Beijos!